27.10.06

O Rio de Janeiro continua lindo...

Sou obrigado a reafirmar que o Rio de Janeiro é uma cidade deslumbrante. Não é à toa que já foi alvo principal de muitos estrangeiros que viam na cidade um local aprazível para viver.

Do alto do Morro de Santa Tereza estou diante de três dos maiores atrativos turísticos dessa cidade e do Brasil. Hoje reafirmo que a cidade é deslumbrante, tem um charme mágico e uma energia muito forte. Mas daqui do alto, com o Pão de Açúcar à frente e o Cristo Redentor ao lado, as desigualdades estão debaixo do meu nariz.

O terceiro atrativo? Os morros cariocas. Eles estão permeados pela cidade. Aqui, como em poucos lugares do mundo, as diferenças sociais são literalmente vizinhas. Dividem muros.

Estou certo agora de que o Rio de Janeiro é um complexo paradoxo. É uma grande cidade que em muitos pontos não tem ar de cidade grande. A pobreza está lado a lado com a riqueza exacerbada. O Parque Nacional da Tijuca, a trinta minutos do centro da cidade, possibilita um contato com a natureza que os habitantes de São Paulo por exemplo, nem sonham em ter.

Vou ficar nessa visão simplista e superficial. Mas após cinco dias aqui, depois de anos sem visitar esta cidade, corroboro com a canção: "O Rio de Janeiro continua lindo".

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21.10.06

Edições Verdes: já não era sem tempo

Com muito atraso, um salve à equipe de jornalistas responsáveis pelo especial sobre Meio Ambiente da Edição Verde da Revista Época.

A Juliana Arini, Alexandre Mansur, Maura Campanili, Renata Leal, Ana Aranha, Luciana Vicária e Elisa Martins, os parabéns desse ambientalista pretensioso a jornalista. Não apenas pela qualidade da reportagem, mas reconhecendo a dificuldade que é emplacar aquele tanto de páginas em uma revista do porte de Época. Ainda sobre um tema geralmente considerado marginal nas redações, ou desprezado pelos veículos em função dos anunciantes.

O planeta passa por uma crise climática que pode pôr em cheque a existência da vida nele como é conhecida hoje. Não se trata de sensacionalismo, como podem pensar alguns incrédulos e desavisados. É uma verdade incontestável, consenso entre os maiores pesquisadores do clima e da vida mundo afora.

As evidências dessa verdade estão por toda a parte. Na Indonésia, um tsunami devastou boa parte do arquipélago e matou milhares de pessoas. A Amazônia, maior Bacia Hidrográfica do Mundo e onde estão 20% de toda a água doce de superfície do planeta, passou em 2005 por uma seca inesperada e intensa. E as estimativas são de que o fenômeno se torne mais freqüente. Já se fala inclusive em savanização de áreas da Amazônia.

Enfim, a lista é imensa.

É preciso que as massas saibam dessa verdade. Ou melhor, é preciso que elas entendam essa verdade e compreendam a ligação entre os diversos fatores.

O grupo de publicações internacionais que aderiram à iniciativa “Edição Verde”, como as americanas Vanity Fair e Newsweek, a alemã Focus e agora a Revista Época, abre um precedente interessante. Além de produzirem um especial, esses veículos agora darão destaque ás questões ambientais. Já não era sem tempo. Mas antes tarde do que nunca.

Mas foi preciso um fenômeno natural como o furacão Katrina atingir em cheio o “1º mundo”, para isso acontecer. Enquanto o “submundo” sofria as conseqüências o assunto não merecia atenção da mídia.Mas não sem a participação de um candidato a presidente, que tem na mão a causa certa, no momento certo. Al Gore é um presidenciável que não faz campanha em seu país, mas no mundo todo, ao massificar a “verdade incoveniente”.

Não devemos ser ingênuos. Ao colocar-se como o homem contra George W. Bush, ele angaria o apoio da população global. Quem não vai querer um ambientalista no governo dos EUA, um país que, juntamente com a China, é responsável pela grande parte das emissões de gases de efeito estufa na atmosfera. Além do fator guerra que recai sobre as costa de Bush.

Só espero que outras mídias também sigam a mesma linha. Afinal, a crise que enfrentamos é paradigmática. Tem a ver com valores e comportamentos que precisam mudar radicalmente. E nisso os meios de comunicação de massa têm um dos papéis mais relevantes.

Edições Verdes, eu quero é mais!

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