tag:blogger.com,1999:blog-363977132024-03-07T17:22:14.553-03:00Verde SocialViagens de jabuti: daqui pra cá mesmoUnknownnoreply@blogger.comBlogger35125tag:blogger.com,1999:blog-36397713.post-84276431778526822692009-07-30T19:50:00.001-03:002009-07-30T19:50:23.181-03:00Venha participar de movimento MARINA SILVA PRESIDENTE!<table cellpadding="0" cellspacing="0" border="0" width="98%" style="height: 98%"> <tr> <td valign="top" style="font:12px 'lucida grande', tahoma, helvetica, arial, sans-serif; padding: 10px;"> <table width="1" cellpadding="0" cellspacing="0" border="0" style="border:3px solid #ccc"> <tr> <td bgcolor="#6FA830" style="padding:4px 12px; color:#000066;"> <div style="font-size:18px;"> Entre em <b>movimento MARINA SILVA PRESIDENTE</b> </div> <div style="font-size:12px;">cidadã(o)s por um Brasil democrático e sustentável</div> </td> </tr> <tr> <td bgcolor="#ffffff" width="*" style="font-size:12px;padding: 10px;" valign="top"> <table cellspacing="0" cellpadding="0" width="100%"> <tr> <td width="96" valign="top" style="font-size: 12px; padding-right: 10px;"> <a href="http://marinasilvapresidente.ning.com/?xgi=gxy4XVe"><img height="96" width="96" border="0" alt="Bruno Pinheiro" src="http://api.ning.com/files/az-mgTooS97uba9Jg*3K6BhxqqlUGPq2IIHz8aJOHdupftlsvgn-AkufH-87i0UTBTkbaisARwEzCCgJekh0vRUqZ5aR9gX*/eurosto_editado.jpg?width=96&height=96&crop=1%3A1&xn_auth=no"></a> <div style="padding:6px 0;"><a href="http://marinasilvapresidente.ning.com/?xgi=gxy4XVe" style="text-decoration:none">Bruno Pinheiro</a> tem:</a></div> <span style="font-size:11px;white-space:nowrap">19 amigos<br />2 postagens no blog</span> </td> <td valign="top" style="font-size: 12px;"> <div style="font-size:13px; padding:8px 16px 16px;"> Juntem-se a mim no Movimento apartidário Marina Silva Presidente e vamos, com união, construir um Brasil justo, solidário e sustentável. </div> <div align="center"> <a href="http://marinasilvapresidente.ning.com/?xgi=gxy4XVe" class="xg_button" style="display:block; text-decoration:none; background:#ffff99; color:#432; border:1px solid; border-color:#fc0 #ca0 #ca0 #fc0; font-size:18px; font-weight:bold; text-align:center; width:220px; line-height:37px; margin:12px auto;">Clique para Entrar</a><br/> </div> Membros em movimento MARINA SILVA PRESIDENTE: <table style="margin-top:6px" width="360" cellpadding="0" cellspacing="0" border="0"> <tr> <td style="text-align:center; padding-right:10px; padding-bottom: 10px" valign="top"> <a href="http://marinasilvapresidente.ning.com/?xgi=gxy4XVe"><img height="64" width="64" border="0" alt="Marcus Vini..." src="http://api.ning.com/files/kJNmHEoijCIrVKOpeUblmoflQB0PTXhnjGIwR5AL3cmgl3gRd8zOks3KiE06kRi2wZE855NuKwjQ8egP7aIoj3OCvysMCgIw/789o5798oo.JPG?width=64&height=64&crop=1%3A1&xn_auth=no"></a> <a href="http://marinasilvapresidente.ning.com/?xgi=gxy4XVe" style="font-size:11px; text-decoration:none;display:block;">Marcus Vinicius d Souza Ferreira</a> </td> <td style="text-align:center; padding-right:10px; padding-bottom: 10px" valign="top"> <a href="http://marinasilvapresidente.ning.com/?xgi=gxy4XVe"><img height="64" width="64" border="0" alt="Diogo Damas..." src="http://api.ning.com/files/siP940cJ-GKV9taMd9mSy5c3S8Waie9UzUyrWGzELjafbKR-OcNeUOGui-7chQfgr-4PCNbDVCq7FUSiA1X0e3uDr*uOvrlM/DSC06147.JPG?width=64&height=64&crop=1%3A1&xn_auth=no"></a> <a href="http://marinasilvapresidente.ning.com/?xgi=gxy4XVe" style="font-size:11px; text-decoration:none;display:block;">Diogo Damasceno Pires</a> </td> <td style="text-align:center; padding-right:10px; padding-bottom: 10px" valign="top"> <a href="http://marinasilvapresidente.ning.com/?xgi=gxy4XVe"><img height="64" width="64" border="0" alt="Francis Oli..." src="http://api.ning.com/files/L7ZPTfqfdik03LrB*McIs8FgZMg82bijohM3U20uzPhETJiCuQIxoHMDbsxuv9PutOMHfws36X9tzD48wuyEs0pDmSKV2irf/316231665.bin?width=64&height=64&crop=1%3A1&xn_auth=no"></a> <a href="http://marinasilvapresidente.ning.com/?xgi=gxy4XVe" style="font-size:11px; text-decoration:none;display:block;">Francis Olivia Campos</a> </td> <td style="text-align:center; padding-right:10px; padding-bottom: 10px" valign="top"> <a href="http://marinasilvapresidente.ning.com/?xgi=gxy4XVe"><img height="64" width="64" border="0" alt="Gisele Silv..." src="http://api.ning.com/files/7R40oVF9TBBtyGDfV97*kA2KH8Quf*2l6btKgzH-R6Ybiap7Ru994GofmI0L1nCuS9NfyTnR6dAl9r6BKyln*eJPEq2Uzw1n/euzinha.jpg?width=64&height=64&crop=1%3A1&xn_auth=no"></a> <a href="http://marinasilvapresidente.ning.com/?xgi=gxy4XVe" style="font-size:11px; text-decoration:none;display:block;">Gisele Silva Palla</a> </td> <td style="text-align:center; padding-right:10px; padding-bottom: 10px" valign="top"> <a href="http://marinasilvapresidente.ning.com/?xgi=gxy4XVe"><img height="64" width="64" border="0" alt="Nathália Gu..." src="http://api.ning.com/files/93Gh7taGdEBr3gbCgNHKO**ODGvsZLl57RQtYke-eI1WZpeewQDXfVG3wKswpS*9*HCccX3e1alozA4SlwTHVY6-s-*MxX*l/eu1.jpg?width=64&height=64&crop=1%3A1&xn_auth=no"></a> <a href="http://marinasilvapresidente.ning.com/?xgi=gxy4XVe" style="font-size:11px; text-decoration:none;display:block;">Nathália Guedes Mangeon</a> </td> </tr> </table> <div style="font-weight:bold; padding:8px 0;border-top:1px solid #aaa;">Sobre movimento MARINA SILVA PRESIDENTE</div> <div style="padding-bottom:12px">Uma campanha em rede, apartidária e não-institucional para que Marina Silva seja Presidente do Brasil.</div> <table width="100%" cellpadding="0" cellspacing="0" border="0"> <tr> <td width="74" style="padding-right:10px; font-size: 12px;" valign="top"> <a href="http://marinasilvapresidente.ning.com"><img height="64" width="64" border="0" alt="movimento MARINA SILVA PRESIDENTE" src="http://api.ning.com/icons/appatar/3228169?default=3228169&width=96&height=96"></a> </td> <td style="padding-right:10px; font-size: 12px;" valign="top"> 2537 membros <br/>210 fotos <br/>41 músicas<br/></td><td style="padding-right:10px; font-size: 12px;" valign="top">17 videos<br/>47 tópicos<br/>95 postagens no blog<br/> </td> </tr> </table> </td> </tr> </table> <style type="text/css"> a.xg_button:hover { text-decoration:underline!important; } </style> <div style="border-bottom:1px solid #aaa; height:10px;"> </div> <div style="color:#777777; font-size:11px; padding-top: 5px;"> Para controlar os emails que você receberá em movimento MARINA SILVA PRESIDENTE, <a href="http://marinasilvapresidente.ning.com/?xgo=H/OQVsrOPH9oMbZvvYk46UgnDa4ZrfaigcoZRINNNSPGkMu8sO21sk7FqhJ2YChwUAC3ZzVTDWk">clique aqui</a></div> </td> </tr> </table> </td> </tr> </table> <img src="http://marinasilvapresidente.ning.com/xn_resources/widgets/index/gfx/spacer.gif?msgtype=invitation" width="1" height="1" alt=""> Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36397713.post-18886129636278915292008-07-30T15:49:00.002-03:002008-07-30T15:57:38.159-03:00Músicos de Capela<span style="font-size:85%;">A paisagem é de grama sintética.<br />Não mais os verdes ricos, seus cantos e urros melódicos,<br />reflexo de uma sociedade demente e patética.<br />O canto é como um grito desolado,<br />a postura é de um europeu medieval<br />e a imponência é da matança.<br />Padrão como enlatado, agora é eucaliptal<br />onde a vida era pujança.<br />De um lado é preservação,<br />do outro é exploração,<br />para baixo e sempre a sobrevivência.<br />Direitos humanos viram papel<br />e para o bem da corporação eles não saem do papel.<br />Dos pais se quer o chão e a história com a terra<br />e o desejo: uma nova relação com a floresta.<br />Resguardar a riqueza da semente,<br />produzir com a força do diverso<br />e o valor do diferente.<br />Ir ao Alto perceber<br />o poder de ser um músico de Capela.<br />A juventude agroecológica a celebrar e cantar<br />por democracia e soberania alimentar.<br />Porque viver é divertido e para todos deve ser,<br />vamos todos ao Alto perceber<br />o poder de ser um músico de Capela.</span><br /><br /><span style="font-style: italic;">Poema escrito em lembrança ao II Encontro de Coletivos Jovens do Entorno de Unidades de Conservação, realizado em Capela do Alto, bairro rural de Guapiara/SP (jul/2008)</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36397713.post-20728047533988110002008-07-17T11:17:00.001-03:002008-07-17T11:27:14.809-03:00Falta energia ou falta visão<span style=";font-family:verdana;font-size:85%;" ><span style="font-style: italic;">Por Washington Novaes</span><br /><a href="to:%20wlrnovaes@uol.com.br"><span style="font-style: italic;">wlrnovaes@uol.com.br</span></a><br /><br />O tema das barragens e usinas hidrelétricas volta a ocupar espaço abundante no noticiário, por muitas razões:<br /><br />1) Por ser essa uma fonte renovável e menos poluente de energia, num momento de crise, e que abre a possibilidade de reduzir, com seu uso, as emissões de gases que intensificam o efeito estufa e acentuam mudanças climáticas;<br /><br />2) pelo ângulo oposto, por estar o Brasil levando adiante vários projetos nessa área, quando alguns estudos mostram a possibilidade de, com conservação e eficiência energética, até reduzir consideravelmente nosso consumo de energia, além de poder recorrer muito mais do que o faz a outras fontes menos problemáticas (eólica, solar, de marés, biocombustíveis, principalmente);<br /><br />3) porque a construção de hidrelétricas sem preocupação de implantar eclusas que permitam a navegação dificulta depois o aproveitamento desse meio de transporte (onde seja viável e sem custos excessivos);<br /><br />4) porque grande parte da energia gerada se destina à produção de eletrointensivos (alumínio e ferro-gusa, principalmente), com altos subsídios, que impõem a toda a sociedade (que paga os subsídios) pesados sacrifícios, enquanto beneficiam principalmente consumidores dos países industrializados, grandes importadores desses produtos;<br /><br />5) porque a interrupção do fluxo de rios e o alto armazenamento de águas suscitam outras preocupações aos estudiosos da área.<br /></span><span style=";font-family:verdana;font-size:85%;" id="fullpost" ><br />Pode-se começar pelo fim. O relatório Planeta Vivo 2006 e outros documentos da ONU dizem que a alteração e retenção do fluxo hidrológico no mundo para uso industrial, abastecimento doméstico, irrigação e produção de energia já fragmentam mais de metade dos maiores sistemas fluviais do mundo e 83% do seu fluxo anual (52% de forma moderada, 31% gravemente). A quantidade de água armazenada em reservatórios ou barragens já é, no mínimo, três vezes maior que a contida nos rios. Só barragens com mais de 15 metros de altura são 45 mil no mundo, segundo a Comissão Mundial de Barragens. São muitas as conseqüências: inundação de áreas importantes, perda de biodiversidade, desalojamento de populações, aumento da evaporação, acumulação de sedimentos (e geração de gases), entre outras.<br /><br />Muitos países dizem não ter alternativas imediatas, como a China, diante do aumento da demanda por energia. Mas certamente não é o caso brasileiro. Já foram mais de uma vez citados neste espaço estudos da Unicamp e da Coppe (UFRJ) que mostram ser possível, a custos muito menores que no aumento da produção, reduzir em até 30% o consumo atual de energia, com programas de conservação e eficiência; e ganhar mais 20% com repotenciação de usinas antigas e redução de perdas nas linhas de transmissão (hoje em 15%). Mas ninguém ouve a área federal de energia discutir esse tema com a sociedade. Ao contrário, os responsáveis pelo setor só se preocupam em anunciar novas, caras e questionáveis unidades geradoras, na Amazônia, na polêmica área nuclear e em outros lugares problemáticos - Estreito (TO), Vale do Ribeira (SP) e Salto (SC), entre outros.<br /><br />E tudo isso acontece em meio a graves discussões. Ora porque se muda o local de implantação de uma usina no Madeira e não se considera necessário novo estudo de impacto, ora porque já se anuncia para o ano que vem outra usina, no Rio Xingu, palco de conflitos sérios. Num momento, porque se condena o "esquecimento" de prever eclusas nas hidrelétricas do Rio Madeira - o que pode interromper a navegação; em outro, porque se condena à inundação um patrimônio paisagístico e cultural da humanidade, reconhecido pela Unesco, como é o caso de uma usina no Vale do Ribeira, onde podem sobrevir também problemas para remanescentes da mata atlântica, mangues, cavernas, restingas, quilombos, índios, caiçaras.<br /><br />Estranho que pareça, não se discute um fenômeno cada vez mais freqüente, que é o rompimento de barragens. Só este ano isso já ocorreu no Rio Corrente (GO), em São Gonçalo (PB), inundando a cidade de São Vicente do Seridó; dois anos antes foi em Camará, onde o rompimento deixou 4 mil pessoas ao desabrigo. É evidente que se impõe uma revisão de métodos, inclusive por causa de alterações nos formatos de chuvas, com precipitações mais intensas em curto espaço de tempo.<br /><br />É um problema que remete a recente estudo do Banco Mundial (28/3), em que está enfatizada a "baixa qualidade dos termos de referência e estudos de impacto ambiental" de projetos na área hidrelétrica. Por isso mesmo, e porque acha "razoáveis" os prazos concedidos pelo Ibama nos licenciamentos, não sugere o banco mudanças radicais nos processos e naqueles prazos - bem ao contrário do que pregam o ministro do Meio Ambiente e o presidente do Ibama.<br /><br />Talvez fosse adequado olhar o que acontece em outras partes - como nos EUA, que já removeram 467 barragens, principalmente na Califórnia (48) e no Wisconsin (47); ou na Alemanha e na Hungria, onde estão em pleno andamento os planos de "renaturalização" dos rios, com a remoção de barragens, canalizações, etc., para que sejam restauradas as antigas planícies de inundação natural, removidas populações ribeirinhas e se evitem conseqüências desastrosas de enchentes. Ou ainda para várias partes da Europa, da Austrália, da Nova Zelândia, da Espanha, de Portugal, onde se investe pesadamente em energia eólica e solar - ao contrário do que fazemos aqui, onde o minguado programa de energias alternativas (Proinfa) se arrasta há anos, da mesma forma que os programas de eficiência energética (Procel).<br /><br />É preciso repetir e repetir: entre 1973 e 1988, após o segundo choque do petróleo, durante 15 anos não aumentou em um só kilowatt o consumo de energia nos EUA, graças a programas de eficiência - e sem prejudicar o crescimento do PIB, que foi de quase 40% nesse período.<br /><br />Eficiência não impede desenvolvimento. Ao contrário, ajuda, liberando recursos.<br /><br /><span style="font-weight: bold; font-style: italic;">Fonte: </span><a style="font-weight: bold; font-style: italic;" href="http://www.estadao.com.br/">O Estado de S. Paulo</a><br /></span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36397713.post-27794763220511987602008-07-11T08:38:00.000-03:002008-07-11T08:42:49.665-03:00Um terço dos corais sofre risco de extinção devido a estresse<span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic; font-family: verdana;">Fatores como a mudança climática e a poluição colocam abrigo de mais de 25% das espécies marinhas em risco</span><br /><br /><span style="font-family: verdana;"> GENEBRA - Os </span><a style="font-family: verdana;" href="http://busca.estadao.com.br/JSearch/CBQM%21cBQM.action?e=&s=corais">corais</a><span style="font-family: verdana;"> também sofrem com o estresse, devido a fatores como a mudança climática e a poluição, que já colocam um terço destes construtores de recifes em risco de extinção. </span></span> <p style="font-family: verdana;"><span style="font-size:85%;">Esta é a principal conclusão do primeiro grande estudo mundial sobre o estado de conservação dos corais, uma iniciativa conjunta da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e de Conservação Internacional, realizada a fim de incluir estas espécies marinhas na lista de espécies ameaçadas.</span></p><span style="font-size:85%;"><span style="font-family: verdana;">Os recifes de coral, que levam milhões de anos para serem construídos, abrigam mais de 25% das espécies marinhas.</span></span> <p style="font-family: verdana;"><span style="font-size:85%;">Os corais produzem os recifes nas águas pouco profundas tropicais e subtropicais, e são extremamente sensíveis às mudanças registrados em seu entorno.</span></p> <p style="font-family: verdana;"><span style="font-size:85%;">O estudo mostra que as principais ameaças que afetam os corais são a mudança climática e problemas locais como a pesca destrutiva, assim como a qualidade da água afetada pela poluição e pela degradação dos hábitats litorâneos.</span></p> <p style="font-family: verdana;"><span style="font-size:85%;">A alta das temperaturas pelas mudanças climáticas leva ao branqueamento dos corais, um resultado de sua resposta ao estresse e que lhe torna mais frágil frente às doenças.</span></p> <p style="font-family: verdana;"><span style="font-size:85%;">Os pesquisadores predizem, além disso, que a acidificação dos oceanos representa uma nova ameaça grave para os recifes de coral.</span></p> <p style="font-family: verdana;"><span style="font-size:85%;">Dado que as águas absorvem quantidades crescentes de dióxido de carbono da atmosfera, a acidez de água aumenta e seu pH baixa, o que tem um grande impacto na capacidade dos corais de construir seu esqueleto, que é a base dos recifes.</span></p> <p style="font-family: verdana;"><span style="font-size:85%;">Por isso, os 39 cientistas que efetuaram o estudo concordam que a alta das temperaturas na superfície das águas segue provocando o branqueamento dos corais e doenças, o que pode levar muitas destas espécies a não ter tempo de se reconstituir, o que poderia levar à sua extinção.</span></p> <p style="font-family: verdana;"><span style="font-size:85%;">"Estes resultados mostram que os corais construtores de recifes correm maior risco de extinção, como grupo, que todos os grupos terrestres, exceto os anfíbios, e que são os mais vulneráveis aos efeitos da mudança climática", comentou Roger McManus, vice-presidente da CI para os programas marítimos.</span></p> <p style="font-family: verdana;"><span style="font-size:85%;">O principal autor do artigo, publicado hoje pela revista Science Express, Kent Carpenter, lembra que "quando os corais morrem, os outros animais e plantas que dependem dos recifes de coral para sua alimentação e sua proteção também desaparecem, o que pode causar a destruição de todo um ecossistema".</span></p> <p style="font-family: verdana;"><span style="font-size:85%;">Os resultados desta avaliação serão inscritos na lista de espécies ameaçadas da UICN em outubro deste ano.<br /></span></p><p style="font-family: verdana;"><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;"><span style="font-weight: bold;">Fonte: <a href="http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid203949,0.htm">estadao.com.br</a></span></span><br /></span></p>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-36397713.post-55854650671438558992008-07-02T10:48:00.001-03:002008-07-02T11:06:25.329-03:00Há certeza?<span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;font-family:verdana;" >Por Bruno Pinheiro</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">Do fundo dos olhos</span></span><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEit_u-nUs7CtvcF70TIHzmRiLgxuppXfE_iIyWXEpGqTV1cmXcNuew6clj183bnghP1vfBrrb9LP8JiKcum2_SslrfdsbmARh7aMSfMDNXgpX9UU4LjYRgHGBvQgXO1x7LVs4P5/s1600-h/duvida-cruel-02.jpg"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEit_u-nUs7CtvcF70TIHzmRiLgxuppXfE_iIyWXEpGqTV1cmXcNuew6clj183bnghP1vfBrrb9LP8JiKcum2_SslrfdsbmARh7aMSfMDNXgpX9UU4LjYRgHGBvQgXO1x7LVs4P5/s320/duvida-cruel-02.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5218417411464660002" border="0" /></a><span style="font-size:85%;"><br /><span style="font-family:verdana;">vem como uma canoa no rio a deslizar.</span><br /><span style="font-family:verdana;">Aparece como luz que brilha</span><br /><span style="font-family:verdana;">e reflete na água tranquila</span><br /><span style="font-family:verdana;">e até o verde das matas ilumina</span><br /><span style="font-family:verdana;">como um sutil sorriso no canto da boca.</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">Mas fica sempre a duvidar</span></span><span style="font-size:85%;"><br /><span style="font-family:verdana;">sobre se, ou quando</span><br /><span style="font-family:verdana;">um dia verá a transformação</span><br /><span style="font-family:verdana;">do cósmico em interior,</span><br /><span style="font-family:verdana;">do céu em imaginação,</span><br /><span style="font-family:verdana;">da lua uma constelação</span><br /><span style="font-family:verdana;">de satélites que guardam o universo.</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">Mas fica sempre a duvidar</span><br /><span style="font-family:verdana;">de que poderiam sumir as flores</span><br /><span style="font-family:verdana;">e com elas a beleza e a leveza</span><br /><span style="font-family:verdana;">dessa vida em que há tristeza e falsos pudores.</span><br /><span style="font-family:verdana;">E a alegria lá dentro se esconde</span></span><span style="font-size:85%;"><br /><span style="font-family:verdana;">como um tatu a cavar</span><br /><span style="font-family:verdana;">ou um avestruz de cabeça enterrada</span><br /><span style="font-family:verdana;">com medo do hoje e do amanhã.</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">Mas fica sempre a duvidar...</span><br /><span style="font-family:verdana;">como receio da alegria.</span><br /><span style="font-family:verdana;">Quantos não tem medo de viver a vida?</span><br /><span style="font-family:verdana;">Quantos não tem medo de trocar?</span><br /><span style="font-family:verdana;">Quantos não tem medo de encontrar?</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">Basta se entregar ao agora</span><br /><span style="font-family:verdana;">e saber que é uma vibração de Gaia</span><br /><span style="font-family:verdana;">que grita, que sorri e que chora</span><br /><span style="font-family:verdana;">e que fica sempre a duvidar</span></span><span style=";font-family:verdana;font-size:85%;" id="fullpost" >...<span style="font-style: italic;"></span><br /></span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36397713.post-8023050159694525932008-06-23T22:01:00.004-03:002008-06-23T22:16:38.030-03:00Moradores fazem protesto contra a Petrobras no litoral paulista<span style="font-weight: bold; font-style: italic;font-family:verdana;font-size:85%;" >Manifestantes pedem retirada imediata das famílias que moram bairro onde solo foi contaminado por petróleo</span><span style=";font-family:verdana;font-size:85%;" ><br /><br /></span><div style="text-align: left; font-family: verdana;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKg-GKU-4gH1dIroTSl67LQHT7p7clsrUbWmgE_qLuqhGs_t299vCJMLnd5dXlWc57yhljM072bTG9xuwgQq9VuaBrmaBceFDvBRiPYE1-FMn4HDfOJqOKRixnXnQUR0xlTWTJ/s1600-h/sebastiao_petrobras.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 169px; height: 127px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKg-GKU-4gH1dIroTSl67LQHT7p7clsrUbWmgE_qLuqhGs_t299vCJMLnd5dXlWc57yhljM072bTG9xuwgQq9VuaBrmaBceFDvBRiPYE1-FMn4HDfOJqOKRixnXnQUR0xlTWTJ/s320/sebastiao_petrobras.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5215248864669557986" border="0" /></a><span style="font-size:85%;">SÃO SEBASTIÃO, SP - Os moradores do bairro Itatinga, em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, fizeram nesta segunda-feira, 23, um protesto em frente a unidade da Petrobras para pedir a retirada imediata das famílias que moram em uma área onde </span><span style="font-size:85%;">o solo foi contaminado por resíduos de petróleo, há quase três décadas. Segundo os manifestantes, desde quando os resíduos foram descobertos no quintal de uma casa, há dois anos, os moradores começaram a ficar doentes e alguns desenvolveram até câncer.</span><br /></div><span style=";font-family:verdana;font-size:85%;" id="fullpost" ><br />"Em apenas uma rua existem quinze casos, inclusive de crianças com câncer", disse uma das organizadoras do movimento, Débora Siqueira. Com faixas, as famílias pediam atenção da Petrobras para o problema. "É</span><span style=";font-family:verdana;font-size:85%;" id="fullpost" > um verdadeiro descaso. A Petrobras prometeu retirar as famílias do local e não fez nada até agora", completou. Em março o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que a Petrobras retirasse, imediatamente, oito famílias do local, mas a ordem não foi cumprida. Existem ainda outras 76 famílias que estão na mesma área de risco.</span><br /><span style=";font-family:verdana;font-size:85%;" id="fullpost" ><br />A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) está avaliando os relatórios produzidos pela Petrobrás e deve divulgar um parecer sobre o nível de contaminação do bairro em três semanas. "O diagnóstico ambiental é de competência da Petrobrás e a Cetesb está analisando o que foi estudado. É uma análise da qualidade desse laudo. Se estiver errado ou inconsistente, a Cetesb vai exigir as adequações", informou o superintendente do litoral norte, João Carlos Milanelli. "Chamamos de borra de petróleo formada por vários tipos de hidrocarboneto, substâncias que tem potencial tóxico. O que estamos analisando é se o estudo da Petrobras sobre as substâncias está correto". O relatório tem 14 mil páginas.<br /><br />De acordo com a assessoria de imprensa da Petrobrás, a rua citada pelos moradores - Rua Gisele de Oliveira - onde supostamente estariam surgindo casos de doenças graves, não pertence à área onde foi detectada a existência de resíduos. Nesta rua, segundo estudos feitos pela Petrobrás, não há sinais de hidrocarboneto.<br /><br /><span style="font-style: italic;">Por Simone Menocchi - <a href="http://www.estadao.com.br/cidades/not_cid194634,0.htm">O Estado de S.Paulo</a></span><br /></span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36397713.post-74311385567584118962008-06-14T02:18:00.002-03:002008-06-14T03:40:02.657-03:00O brasileiro alugou o Brasil, mas paga a conta<span style=";font-family:verdana;font-size:85%;" >Já dizia o grande poeta Raul Seixas, em sua música Aluga-se:<br /><br />"A solução pro nosso povo<br />Eu vou dá<br />Negócio bom assim<br />Ninguém nunca viu<br />Tá tudo pronto aqui<br />É só vim pegar<br />A solução é alugar o Brasil!...<br />Nós não vamo paga nada<br />Nós não vamo paga nada<br />É tudo free!<br />Tá na hora agora é free<br />Vamo embora<br />Dá lugar pros gringo entrar<br />Esse imóvel tá prá alugar"<br /><br />Pois é, os gringos entraram e trouxeram um modelo político-econômico no qual o lucro é privado, mas o ônus é social. Raul só errou nisso: alguém tem de pagar alguma coisa. É assim que funciona. E se o lucro é do proprietário, de quem é o prejuízo?<br /><br />O vídeo abaixo mostra uma manifestação pacífica da Via Campesina na sede da Votorantim Energia, na cidade de São Paulo (texto do post anterior). O ato faz parte da jornada de lutas da Via Campesina para denunciar a exploração social e ambiental das grandes empresas no Brasil, principalmente as estrangeiras.<br /><br />No caso em questão a conta quem paga é o cidadão, que com seus impostos financia não só os subsídios que governos federais e estaduais dão para essas empresas. Financia também o salário e a estrutura da segurança que deveria ser pública, mas que reprime uma manifestação social em favor de uma grande corporação capitalista.<br /><br /><object height="344" width="425"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/gyx1uHVRmYU&hl=en"><embed src="http://www.youtube.com/v/gyx1uHVRmYU&hl=en" type="application/x-shockwave-flash" height="344" width="425"></embed></object>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36397713.post-24901342885758825942008-06-12T09:30:00.000-03:002008-06-12T10:52:52.404-03:00Ocupação no prédio da Votorantim Energia<span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;"></span></span><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;">Hoje [ontem] pela manhã, o prédio da Votorantim Energia foi ocupado em protesto contra a nova tentativa de construção da barragem de Tijuco Alto no Vale do Ribeira.</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">A ação, que contou com aproximadamente 600 pessoas, e uma das muitas mobilizações organizadas este ano por diversos movimentos sociais, grupos e organizações ambientalistas, comunidades indígenas, caiçaras, quilombolas e ribeirinhas.</span><br /></span><span style=";font-family:verdana;font-size:85%;" id="fullpost" ><br />A barragem de Tijuco Alto, se aprovada, será construída para fornecer energia elétrica exclusivamente para a CBA (Companhia Brasileira de Alumínio, do grupo Votorantim), e causará grandes impactos ambientais e sociais. Os estudos de impacto ambiental da empresa foram reprovados duas vezes pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a licença para a construção da barragem foi cassada pelo ministerio público da última vez que a empresa tentou aprovar o projeto.<br /><br />A ocupação durou pouco tempo. A polícia entrou com violência no local, usando bombas de gás, dando tiros para o alto e batendo nos manifestantes. Algumas pessoas se feriram, não há número preciso ainda.<br /><br />O Vale do Ribeira é o último grande maciço de Mata Atlântica do Brasil. E o Lagamar (região da foz do rio Ribeira) é uma região de uma especificidade geográfica tão grande que abriga uma das maiores riquezas naturais do mundo em termos de importância estratégica para a biodiversidade. A ponto de ser um lugar que foi nomeado pela UNESCO como patrimônio natural da humanidade. Mas a região não foi incluída no Estudo de Impacto Ambiental, a pesar de a legislação brasileira determinar que os estudos devam ser feitos em toda a bacia hidrográfica.<br /><br />Uma barragem do porte da barragem de Tijuco Alto, além da destruição necessária para a própria inundação da região, além de todos os impactos causados rio abaixo, requererá que se abram estradas grandes em meio a esse oásis de floresta (uma turbina não passa pelas estradas que ali existem), além de puxar um enorme sistema de estrutura para amparar a construção dessa enormidade. Seria o início de um intenso e poderoso processo de"desenvolvimento" predatório da última região do estado de São Paulo que ainda mantém muitas das suas características naturais originais, e ainda abriga uma grande quantidade de comunidades tradicionais quilombolas, guaranis, ribeirinhas e caiçaras.<br /><br />O rio Ribeira é o último grande rio do estado de São Paulo que ainda não foi represado por barragens.<br /><br />Para maiores informações sobre os impactos, veja os vídeos:<br /><br /><a href="http://www.youtube.com/watch?v=P0xkpU2urSw"><span style="font-weight: bold;">"Em defesa do Rio Ribeira de Iguape"</span><br /></a><a href="http://www.blogger.com/img/gl.link.gif"><br /><span style="font-weight: bold;">"Caminhada contra a Barragem de Tijuco Alto"</span></a><br /><br /><a href="http://br.youtube.com/watch?v=uR5KZ7_m1_M&feature=related"><span style="font-weight: bold;">"Audiência Pública Tijuco Alto"</span><br /></a><br />Para mais informações, documentos e atualizações sobre o processo, veja o site:<br />http://terrasimbarragemnao.blogspot.com/<br /></span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36397713.post-724166916677761272008-05-22T01:20:00.000-03:002008-05-22T01:30:31.850-03:00Turismo comunitário: estratégia de enfrentamento às desigualdades<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgas1kvaRysbvno7VB6IcMOPZOWkO51-cooBFPE11FB3O1LZUCya_pXx3BzfA_W_paYG4mI3Mc1KVyXi8aORwJTzzZ5GbYXYMs09oEMbbpctUVIYes2KTBEPNWgTz9Cjx941chA/s1600-h/ministro+bolivia1.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgas1kvaRysbvno7VB6IcMOPZOWkO51-cooBFPE11FB3O1LZUCya_pXx3BzfA_W_paYG4mI3Mc1KVyXi8aORwJTzzZ5GbYXYMs09oEMbbpctUVIYes2KTBEPNWgTz9Cjx941chA/s320/ministro+bolivia1.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5203054435655914466" border="0" /></a><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;"><a href="http://www.adital.org.br/">Adital</a> - José Ricardo Cox Aranibar, Vice-ministro de turismo da Bolívia, esteve presente no II Seminário Internacional de Turismo Sustentável, realizado em Fortaleza de 12 a 15 de maio. Em entrevista à assessoria de Comunicação do evento, ele fala sobre a política de turismo do governo boliviano, a importância do turismo </span></span><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;">comunitário para a consolidação dos territórios indígenas e para a superação dos problemas gerados pelo colonialismo e pelo neoliberalismo.</span> </span><span id="fullpost" style=";font-family:verdana;font-size:85%;" ><br /><span style="font-weight: bold;"><br />Desde quando o turismo sustentável é discutido pelo governo boliviano?</span><br /><br /><span style="font-weight: bold;">José Ricardo</span> - O tema do desenvolvimento turístico sustentável é discutido há 10,12 anos em toda a Bolívia. A partir disso, foram feitas algumas ações. Teve um projeto do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) de apoio ao desenvolvimento turístico sustentável há uns 10 anos. Nos últimos 5 anos, iniciou-se a segunda fase do projeto, que incluiu um apoio à regulamentação para a operação turística (hospedagem, incluindo aspectos de conservação do meio ambiente e responsabilidade social). E também foram apoiados projetos nos quais foram promovidas alianças entre a empresa privada e as comunidades locais, focando na responsabilidade social das empresas. Estes projetos foram financiados ao setor privado para que realizasse atividades com as comunidades.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Em que medida isso é possível, já que as visões e interesses desse dois segmentos geralmente se contrapõem?</span> <span style="font-weight: bold;"><br />José Ricardo</span> - Em alguns casos, resultou mais ou menos bem. Em outros, um fracasso. Houve um acompanhamento da ação social das empresas. Determinamos que o estado ou uma ONG acompanhasse essa relação, capacitando a empresa privada com o tema da responsabilidade social, para estabelecer alianças eqüitativas nos negócios e empregos. Geralmente o setor privado tradicional teve uma atividade um pouco de aproveitar-se da boa vontade da comunidade. A empresa privada levava os turistas para visitar a comunidade, conhecer a cultura e não deixava nada na comunidade. Então, começou-se incluindo a comunidade na venda de artesanatos, de produtos locais, a fazer capacitação para que (as pessoas da comunidade) pudessem ser empregadas na atividade turística.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Porque o apoio não foi direto às comunidades e sim às empresas privadas para estabelecer parcerias?</span><br /><span style="font-weight: bold;">José Ricardo</span> - Esses projetos demonstrativos chegavam a 1 milhão de dólares. Há outros setores, que são projetos pequenos, que chegavam direto às comunidades, comunidades e municípios. Isso foi o início, mas, como governo, não existia uma política para o desenvolvimento comunitário nem nas normas nem nos regulamentos de turismo. Na lei também não. A partir de 2006, com o governo de Evo Morales, ele deu ênfase no tema do turismo comunitário. No seu programa de governo, propôs o turismo comunitário como eixo central das políticas de turismo do país. No plano nacional de desenvolvimento, formulado em maio de 2006, o turismo comunitário aparece como um dos eixos importantes do desenvolvimento econômico orientado à geração de emprego e renda. O plano nacional identifica as políticas gerais e nós, do vice-ministério do turismo - a cabeça do turismo na Bolívia, elaboramos um plano nacional que se orienta nos princípios do turismo sustentável. Então, como principal política de desenvolvimento turístico sustentável, estão os turismos indígena e comunitário.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Como é trabalhado o turismo indígena?</span><br /><br /><span style="font-weight: bold;">José Ricardo</span> - O modelo indígena é autogestionário, que surge endogenamente e são organizações comunitárias que geram seus empreendimentos, sua empresa turística. É um modelo no qual se promove o estilo de vida, uma forma de ser da sociedade original, na qual a relação harmônica com a natureza e a relação entre as pessoas é uma relação de afeto, de unidade, de trabalho conjunto, de tomada de decisão conjunta, portanto deixa benefícios econômicos, sociais, ambientais e, sobretudo, na consolidação dos territórios indígenas. É uma ferramenta importante para enfrentar a pobreza, mobilizar os recursos internos dos sistemas produtivos agrícolas, florestais e pecuários e uma forma de dinamizar a economia, criando oportunidades no próprio território, evitando a migração e promovendo a volta dos indígenas das cidades até suas próprias comunidades. É um modelo democratizado de turismo. Na Bolívia, há muito pouco investimento estrangeiro. Vemos como possibilidade importante agora do Governo Evo Morales a aliança com as comunidades.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Estabelecendo um paralelo entre a Bolívia e o Brasil, como você avalia as perspectivas de governo para o turismo nos dois países?</span><br /><span style="font-weight: bold;">José Ricardo</span> - A indústria do turismo no Brasil é bastante desenvolvida, mas baseada em investimento estrangeiro. É um modelo territorial tipo enclave (cercado por territórios pertencentes a estrangeiros), que não deixa muitos benefícios à base comunitária, à sociedade do país. São empresas nas quais seus benefícios são exportados. Essa é a minha percepção. É um modelo totalmente contraposto ao modelo comunitário. Não sei se é possível estabelecer aliança entre o setor estrangeiro empresarial e o setor comunitário aqui. Mas o setor comunitário está surgindo com uma organização desde a base, o que permite pensar em um futuro muito mais eqüitativo, com a possibilidade de se desenvolver de maneira mais autônoma.<br /><br /><span style="font-size:78%;">* Por Aline Baima, assessora de Comunicação do II SITS<br /><br />Crédito de imagem: Iana Soares<br /><br />© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados.<br /></span></span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36397713.post-41726102748570253032008-05-19T05:51:00.004-03:002008-05-20T01:17:59.877-03:00Começo de papo - porto em Peruíbe<span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;">A proposta de construção de um mega complexo industrial e portuário em Peruíbe traz com força o desenvolvimento da região para a pauta de discussões públicas.<br /><br /></span><span style="font-family:verdana;">Não há hoje quem negue as difíceis condições de sobrevivência, principalmente para as classes economicamente menos favorecidas, do litoral sul de São Paulo. E não há quem negue também a necessidade de desenvolvimento da região. O que alguns negam e outros defendem, mas muitos não enxergam claramente, é que estas necessidades vão muito além da questão econômica.</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">A própria economia, se realmente compreendida, pode ampliar a visão. De raiz etimológica no grego <span style="font-style: italic;">oikonomia</span> (<span style="font-style: italic;">oiko</span>=casa + <span style="font-style: italic;">nomia</span>=regras, gerenciar), economia significa, originalmente, "gerenciamento da casa". Ou seja, a gestão dos recursos produtivos, de forma a atender e a beneficiar a todos os moradores da casa. Os recursos produtivos são diversos, mas geralmente apenas o dinheiro, o capital, é percebido como tal. Aqui no litoral sul de São Paulo, os recursos são infindados e, se bem trabalhados, podem resultar em recurso financeiro para aqueles que hoje não têm.</span><br /></span><span style=";font-family:verdana;font-size:85%;" id="fullpost" ><br />As características ambientais e geográficas da região, por si só, representam enorme recurso produtivo. A cultura local é um enorme recurso produtivo. As pessoas e seus saberes, eruditos ou populares, representam recurso produtivo. Gente do mundo inteiro olha com bons olhos para a região, mas aqueles que aqui moram estão olhando para fora. Já passou da hora de valorizarmos os recursos que aqui temos e inserí-los num planejamento de longo prazo.<br /><br />Quando se fala em sustentabilidade ou em desenvolvimento sustentável para o litoral sul de São Paulo ou para qualquer outro lugar do planeta muitas outras questões devem ser consideradas como pano de fundo para o crescimento econômico. E algumas das principais são: como estamos gerenciando os recursos da nossa casa? Quem está gerenciando estes recursos? Quais recursos estão sendo gerenciados?<br /><br />O caminho principal para a compreensão destas e outras questões e suas relações com o todo por parte da população é a construção de políticas públicas, envolvendo os setores sociais locais numa discussão que objetive tecer os arranjos necessários para a construção do desenvolvimento sustentável.<br /><br />Dizer não ao porto em Peruíbe, neste instante, não significa unicamente uma postura "verde", de defesa das matas e da biodiversidade. Muito mais que isso, significa se posicionar em favor daqueles que nunca tiveram chance de participar das construções políticas que nos trouxeram a este ostracismo (falta de ação política) econômica que reina na região.<br /><br />O litoral sul de São Paulo necessita de soluções públicas para as suas mazelas sociais, econômicas, ambientais e culturais e não de uma resposta privada. Se a classe política fosse séria, a muitos anos já teríamos iniciado este processo de construção democrática e participativa do nosso presente e do nosso futuro. Não é o porto a saída para a paralização econômica da região se pensarmos em respeito aos fundamentos da sustentabilidade.<br /><br />Os poĺiticos locais nunca trabalharam para construir políticas públicas sérias. Em escala bem menor e de nível local, o modelo de desenvolvimento econômico encampando cá pra estas bandas de nosso rico e diverso Brasilizão é o mesmo que oferece um porto e um complexo industrial para região.<br /><br />Os membros da classe política que agora saúdam a vinda do porto sem levar em consideração o potencial socioeconômico, ambiental e cultural regional estão na verdade assinando seu atestado de incompetência (ou de falta de interesse público) para coordenar a construção de um caminho público, social, para os problemas que afligem a população do litoral sul.<br /><br />A sociedade civil e a classe empresarial que também apóiam o empreendimento, ou está vendo o ouro reluzindo - isto é, está levando em consideração o seu benefício pessoal com o projeto - ou está dizendo amém para a construção histórica de nossa classe política - aquela responsável pela situação caótica da região, que seria "consertada" pelo porto. A sociedade participando e influenciando ativamente nas decisões que dizem respeito aos municípios e à região como um todo é coisa que nunca interessou à classe política.<br /><br /></span><span style=";font-family:verdana;font-size:85%;" id="fullpost" >Mas tudo é uma via de duas mãos. "Se não gostamos do comportamento dos políticos e do funcionamento do sistema e não fazemos nada quanto a isso, estamos sendo políticos, estamos contribuindo para a perpetuação de uma situação política indesejável".<br /><br />Esta passagem é do livro "Política - quem manda, por que manda, como manda", do escritor João Ubaldo Ribeiro. Sintetiza tão bem o contexto de participação social aqui no litoral sul do estado de São Paulo que parece ter sido escrita por conta disso. O que ele quer dizer é que não importa sua posição em relação à sociedade, ela é sempre política. E que se você não participa, está no mínimo assinando embaixo daquilo que discorda.<br /><br />Política aqui não se resume ao universo partidário. Se amplia no diálogo que gera decisões sobre questões públicas como a utilização de recursos públicos, as diretrizes para a atuação do governo, ou mesmo as prioridades da comunidade em reuniões da associação de bairro e até na indicação de pautas para a rádio comunitária. Ou seja, fazer política é ter voz nas decisões e construções que afetam e afetarão a sociedade hoje e amanhã.<br /><br /></span><span style=";font-family:verdana;font-size:85%;" id="fullpost" >Participação social é sinônimo de sustentabilidade socioambiental. Já compensação ambiental é o mesmo que prostituição socioambiental.<br /></span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36397713.post-69303379419199487232008-05-13T10:38:00.003-03:002008-05-13T15:11:37.663-03:00A percepção do jovem como sujeito específico ainda está em construção no Brasil e os debates sobre o tema permanecem abertos<span style="font-size:85%;"><span style="font-family:arial;"><span style="font-weight: bold;">Por Helene Wendel Abramo*</span><br /><br />A noção de que o jovem deve ser tomado como sujeito de direitos vem sendo cada vez mais acionada por aqueles que tomam a defesa dos jovens no Brasil. Esta afirmação ganha importância na medida em que busca deslocar a perspectiva, ainda dominante na opinião pública, do </span></span><span style="font-size:85%;"><a style="font-family: arial;" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivFvSP2HA9aAu5ii8rvLlZWdA0UkCqP1pxc6G1XnOUISL42IhdAKitmGamN3OM5EdDdBaj_JRqBsi5d9v7TtGeCihKvlhZfCmwtwQnXi5rU9AAmtLrHNPnjerthY5tCUAwp6oQ/s1600-h/pastoral_da_juventude1.jpg"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 254px; height: 170px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivFvSP2HA9aAu5ii8rvLlZWdA0UkCqP1pxc6G1XnOUISL42IhdAKitmGamN3OM5EdDdBaj_JRqBsi5d9v7TtGeCihKvlhZfCmwtwQnXi5rU9AAmtLrHNPnjerthY5tCUAwp6oQ/s320/pastoral_da_juventude1.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5199859202616317570" border="0" /></a></span><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:arial;">jovem como problema para si mesmo e para a sociedade, assim como a ótica que o toma apenas </span></span><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:arial;">na sua dimensão </span></span><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:arial;">de sujeito em preparação para o futuro.</span></span><span style="font-size:85%;"><br /><br /><span style="font-family:arial;">No Brasil, essa noção ganhou força e legitimidade</span><span style="font-family:arial;"> por meio de uma importante e longa mobilização de diversos atores, no processo de luta contra a ditadura militar e seus efeitos mais perversos. Até então, a expressão legal existente, o Código de Menores, estava dirigido para as situações de desvio, configuradas pela vivência de situações de risco ou ações delinqüentes.</span><br /></span><span style=";font-family:arial;font-size:85%;" id="fullpost" ><br />O foco real desse arcabouço jurídico eram as crianças e os adolescentes pertencentes a famílias pobres e “desestruturadas”, com uma compreensão de que essas situações conduziam potencialmente tais “menores” a uma conduta de desvio que era preciso controlar, reprimir e prevenir. Desse modo, acabava por operar uma perspectiva quase de criminalização das crianças pobres do país.<br /><br />Para se contrapor a uma crescente onda de repressão e violência contra tais “menores de idade”, foi desencadeado, nos últimos anos da ditadura militar, um movimento envolvendo uma série de atores (entre juristas, funcionários públicos, militantes de movimentos sociais e comunitários), demandando a defesa dos direitos destas crianças, para que passassem a ser tratados como sujeitos de direitos e não como elementos perigosos para a sociedade. Foi, desse modo, uma luta pela superação da ótica problematizadora da infância, que se afirmava também como uma luta contra a desigualdade no tratamento das crianças dos diferentes segmentos sociais.<br /><br />Essa mobilização logrou pautar a questão da infância e da adolescência na agenda pública, engendrou o desenvolvimento de políticas e programas, e resultou, no processo da elaboração da Constituinte, na criação do Estatuto da Criança e do Adolescente, abarcando todos os aspectos da vida e criando uma verdadeira teia de proteção às crianças e aos adolescentes do país.<br /><br />O quanto conseguimos garantir estes direitos é uma questão ainda em aberto, mas não há dúvida de que foi operada uma importante mudança de postura com relação à infância no Brasil, e que é essa mudança de postura, e o vigor desta idéia sobre os direitos das crianças e adolescentes, que podem funcionar como força para a execução de políticas que garantam o cumprimento destes direitos. Nesse sentido, é preciso lembrar que a luta continua em curso, em torno da polêmica que tem polarizado a sociedade: a questão do limite de idade para a imputabilidade penal.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Construção social</span><br /><br />Essa breve história mostra que os direitos são uma construção social e não um dado natural. Traduzem uma determinada concepção que, num dado momento, uma sociedade formula a respeito do que é justo, do que é digno, do que é essencial para a vida humana em sociedade. Por isso mesmo, são noções que traduzem visões distintas sobre o que é o humano e sobre como deve se organizar a vida social; e o seu estabelecimento como direitos reconhecidos se faz sempre por meio da disputa política.<br /><br />Na história da sociedade ocidental moderna, os direitos foram sendo conquistados por meio de lutas sociais: primeiro, os direitos cívicos; depois os direitos políticos e, somente na segunda metade do século passado, os direitos sociais, demandados pelas classes trabalhadoras na perspectiva de estabelecimento dos padrões de uma vida digna. Hoje, vivemos um período de expressão das demandas das diferentes subjetividades, ou dos “sujeitos singulares”: as mulheres, os negros, os deficientes físicos, os idosos. São situações de vida, atravessadas por vários planos de diferenças e desigualdades, que demandam o estabelecimento de regras e medidas sociais para serem incluídos na condição de cidadania.<br /><br />Nesse sentido é que surge, mais recentemente, a questão dos jovens, para além da adolescência, dos 15 aos 24 ou dos 18 aos 29 anos (as faixas etárias variam segundo diferentes postulações), a partir da constatação da existência de uma condição juvenil que se diferencia da infância, por um lado, e da condição adulta, por outro. Um período que se alonga bastante e não se constitui mais numa breve passagem, mas em toda uma etapa da vida, com necessidades e demandas específicas.<br /><br />Por muito tempo “invisíveis” e sem interlocutores públicos, na última década muitos atores juvenis vieram se manifestar (muitas vezes por meio de uma linguagem mais cultural que propriamente política) a respeito das questões que os afetam nesta conjuntura de virada de século, e que não estão sendo respondidas nem pelas soluções desenvolvidas para a infância e adolescência, nem pelos serviços estruturados para a população adulta. Tais questões se relacionam a necessidades ligadas a diversas dimensões de suas vidas e são, politicamente, “novas”, sob a ótica desta especificidade, ou seja, não constam ainda do repertório das soluções já testadas e estruturadas.<br /><br />Além da reivindicação do cumprimento do direito à educação – a uma educação para todos, completa e de qualidade – (que, na verdade, é o único direito reconhecido aos jovens, no plano retórico, pelo menos), os jovens têm expressado demandas por mecanismos de apoio e participação em várias outras áreas: trabalho, saúde, lazer, cultura, circulação pelo espaço público, política. Tomar os jovens como sujeito de direitos significa, portanto, em primeiro lugar, reconhecer a especificidade de sua condição e a singularidade da sua experiência geracional; significa também olhar suas demandas como relevantes e pertinentes ao debate público.<br /><br />Exige, como aconteceu no caso das crianças e adolescentes, que se vá além da ótica que apreende os jovens como risco ou problema social, assim como da perspectiva que os situa apenas como sujeitos voltados para o futuro, negligenciando a sua vida e necessidades no presente. Implica, necessariamente, incorporar a participação de seus interlocutores (aqueles que expressam esta experiência e condição singular) nas disputas que definem as formulações sobre os direitos e sobre as políticas. Ou seja, significa abrir um debate público democrático sobre tal pauta de demandas e sobre o modo como podem e devem ser respondidas pelo estado e pela sociedade.<br /><br />Foi apenas muito recentemente que a questão da juventude entrou para a pauta política e ganhou canais institucionais de resolução, que se materializam na criação de mecanismos institucionais e canais públicos de diálogo: no plano do executivo, além da criação de uma série de secretarias ou coordenadorias municipais, a criação, em 2005, da Secretaria Nacional de Juventude e do Conselho Nacional de Juventude; no legislativo, a criação de comissões, como a da Câmara Municipal de São Paulo, em 2001, e as da Câmara Federal, a partir de 2003, que já produziram vários projetos de lei, em tramitação, inclusive. Todos esses processos têm resultado na formulação de uma pauta de políticas específicas dirigidas a jovens, diferentes das dirigidas às crianças, cujas diretrizes, porém, ainda estão em debate.<br /><br />Poderíamos dizer que estamos no momento da enunciação dos direitos dos jovens, ou seja, em pleno estágio da definição, invenção e disputa do que venham a ser tais direitos. Um dos projetos de lei apresentados pela Frente Parlamentar da Câmara Federal é a proposta de um Estatuto da Juventude, tendo como referência a faixa etária entre 15 e 29 anos. No entanto, se cada vez mais ganha clareza a idéia de que é necessário ter ações e políticas específicas para responder às questões singulares vividas pelos jovens, que os seus direitos devem, assim, ser expressos e garantidos por meio de políticas públicas, não é tão claro se devem ser definidas num estatuto jurídico. Este é um debate em aberto e, com certeza, sua resolução será tanto mais significativa quanto maior número de atores, principalmente os jovens, entrarem e se posicionarem a esse respeito.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">* Helena Wendel Abramo</span> é socióloga e foi coordenadora do Projeto Juventude. É consultora da Comissão de Juventude da Câmara Municipal de São Paulo e membro do Conselho Nacional da Juventude<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Imagem</span> - <span style="font-style: italic;">Pastoral da Juventude</span><br /></span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36397713.post-15586644595905903352008-04-11T16:09:00.009-03:002008-05-14T11:43:23.391-03:00Análise – Do caso IstoÉ e da integração latino americana<span style="font-family: arial;font-family:arial;font-size:85%;" >A reconfiguração política da América Latina aloca em novos patamares a luta de classes, com o surgimento in loco de novos campos e práticas de expressão, manifestação e ação políticas. A cultura, encarada não mais como fruto da genialidade de alguns "seres especiais", agora é vista como representação de contextos históricos e determinadas formas de significação da realidade. Isto eleva a compreensão da relação entre arte e política na dimensão social.</span><span style="font-family: arial;font-size:85%;" ><br /><br /></span><span style="font-family: arial;font-family:arial;font-size:85%;" >Ao mesmo tempo as contínuas conquistas no reconhecimento dos direitos humanos demonstra avanços na aceitação da igualdade da dignidade humana, pautando novos elementos fundamentais a potencializar as diversidades.</span><span style="font-family: arial;font-size:85%;" ><br /><br /></span><span style="font-family: arial;font-family:arial;font-size:85%;" >A comunicação, entendida sob sua perspectiva de participação na esfera pública, abre espaço para as reivindicações sociais em torno do monopólio midiático e potencializam a resistência por parte das culturas tradicionais e minorias por meio da apropriação da produção comunicativa.</span><span style="font-family: arial;font-size:85%;" ><br /><br /></span><span style="font-family: arial;font-family:arial;font-size:85%;" >As novas tecnologias de informação e comunicação permitem saltar da receptividade para a interação, “o foco saiu da audição e da visão para a interatividade”. Evoluir de “uma forma de pensar a mídia como instrumento de democratização (..) por uma forma de pensar a mídia como instrumento de permanente mutação”¹. Os setores historicamente desprivilegiados podem então olhar não apenas para a participação em si, mas no como e em que podem transformar os rumos de suas comunidades e como e em que escala isto contribui para a transformação da sociedade humana.</span><span style="font-family: arial;font-size:85%;" ><br /><br /></span><span style="font-family: arial;font-family:arial;font-size:85%;" >Simultanemente, o maior entendimento no campo das ciências humanas e físicas do meio ambiente e das relações que a sociedade humana construiu com o espaço e seus elementos constitutivos apontam para graves equívocos e conseqüências desastrosas em escala global, que já começam a acontecer.</span><span style="font-family: arial;font-size:85%;" ><br /><br /></span><span style="font-family: arial;font-family:arial;font-size:85%;" >A compreensão do meio ambiente como esfera pública e o delineamento da perspectiva socioambiental faz com que se perceba a "mediação" que o viés ambiental, ou o conceito de sustentabilidade, pode exercer entre as dimensões da realidade humana terrena, influenciando a atuação política e os padrões de construção social.</span><span style="font-family: arial;font-size:85%;" ><br /><br /></span><span style="font-family: arial;font-family:arial;font-size:85%;" >A questão de classes, aqui, aparece mais nucleada num âmbito global e virtual, como que acompanhando as transformações ocorridas nas percepções espacial e temporal promovidas pela urbanização e customização do espaço e do tempo, pelas novas TIC's, sobretudo a internet, e o rompimento das fronteiras geográficas e culturais.</span><span style="font-family: arial;font-size:85%;" ><br /><br /></span><span style="font-family: arial;font-family:arial;font-size:85%;" >A distinção classista, que antes ficava clara no cotidiano do trabalho e da vida comum, agora tem sua representação mais fiel no monopólio da grande mídia. A própria divisão entre burguesia e proletariado não se dá tão claramente nos dias contemporâneos. A classe média em geral sucumbe à manipulação ideológica e mal percebe esta diferenciação, mesmo quando influenciada e atingida por ela, pois a divisão de classes não é parte objetiva de sua realidade vivencial, está camuflada nos fluxos de informação majoritários que bombardeiam involuntariamente sem parar.</span><span style="font-family: arial;font-size:85%;" ><br /><br /></span><span style="font-family: arial;font-family:arial;font-size:85%;" >O recente caso da revista IstoÉ, que manipulou uma foto para proteger o governador de São Paulo, o tucano José Serra², (veja as imagens no post abaixo) ilustra bem as proposições acima colocadas e demonstra em que lugar está a ética e o interesse público para estes veículos de comunicação.</span><span style="font-family: arial;font-size:85%;" ><br /><br /></span><span style="font-family: arial;font-family:arial;font-size:85%;" >Um fato escandaloso deste tipo não reverbera na mídia e indica um corporativismo no setor, enquanto o caso privado da morte da menina Isabela é usado para espetacularizar a vida e levar as pessoas para dentro da realidade privada e fora da realidade pública.</span><span style="font-family: arial;font-size:85%;" ><br /><br /></span><span style="font-family: arial;font-family:arial;font-size:85%;" >Numa reportagem claramente construída para criminalizar o MST³, dos sete nomes citados na reportagem quatro são de executivos de grandes empresas: Paulo Skaf (presidente da Fiesp), Eike Batista (homem mais rico do Brasil e um dos maiores acionistas da Vale do Rio Doce), Walter Cover (diretor de projetos institucionais e gestão ambiental da Vale) e José Conrado Santos (presdente da Fiepa).</span><span style="font-family: arial;font-size:85%;" ><br /><br /></span><span style="font-family: arial;font-family:arial;font-size:85%;" >O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) também foi ouvido, com declarações contra as ações do MST. Mas em nenhum momento o texto explica que a Bunge, uma das empresas que estariam sendo intimidadas pelo MST e é citada na matéria, doou R$ 50 mil para a campanha do então candidato ao senado.</span><span style="font-family: arial;font-size:85%;" ><br /><br /></span><span style="font-family: arial;font-family:arial;font-size:85%;" >Os outros dois nomes citados são lideranças do MST, João Pedro Stédile e Maria Raimunda César. O primeiro só é citado e a fala de Maria Raimunda, posta como "contra os fatos": os crescimento da Vale do Rio Doce após a privatização, o sucesso do agronegócio e da siderurgia, a abertura de postos de trabalho no campo, a manutenção do superávit comercial e a credibilidade do país perante os investidores.</span><span style="font-family: arial;font-size:85%;" ><br /><br /></span><span style="font-family: arial;font-family:arial;font-size:85%;" >Mas os fatos reais indicam que o êxodo rural é crescente e um dos maiores fatores geradores de conflitos sociais no Brasil. Segundo o IBGE em 1960 um total de 55% da população brasileira morava no campo e, em 2000, 82% dos brasileiros já viviam em zonas urbanas. Outro fato: de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário a agricultura familiar emprega duas vezes mais que os grandes latifúndios.</span><span style="font-family: arial;font-size:85%;" ><br /><br /></span><span style="font-family: arial;font-family:arial;font-size:85%;" >Porém, "nos grandes centros é mais fácil encontrar pessoas que há pouco vieram do que tradicionais"4. Fica então a pergunta: se o agronegócio é tão favorável ao interesse público, porque a cada ano que passa as grandes propriedades rurais avançam mais sobre as pequenas e as cidade estão mais inchadas, apesar da despreparada infra-estrutura?</span><span style="font-family: arial;font-size:85%;" ><br /><br /></span><span style="font-family: arial;font-family:arial;font-size:85%;" >O episódio do golpe midiático contra o presidente venezuelano Hugo Chaves, em 2002, também demonstra a plataforma da luta de classes usada pelos detentores do capital. Após ser sequestrado e mantido em cativeiro incomunicavelmente, os veículos de comunicação de massa da Venezuela começaram a divulgar que Chaves havia renunciado ao cargo. Ele retomou o poder quase 48 horas depois, pouco depois do golpe ganhar visibilidade internacional. Casos como este e da IstoÉ explicitam a opinião e postura da grande mídia sobre os movimentos sociais e sobre os governos populares.</span><span style="font-family: arial;font-size:85%;" ><br /><br /></span><span style="font-family: arial;font-family:arial;font-size:85%;" >Os movimentos sociais nos dias de hoje, salvo exceções, lutam contra construções objetivas enquanto a construção capitalista é em base subjetiva. Um caminho seria buscar a afirmação cultural in loco e a apropriação dos meios de produção comunicativa. Encarar a manifestação cultural com outro nível de importância política e valorizar e instrumentalizar a comunicação de pequena escala, encontrando um novo lugar e função para a comunicação de massa.</span><span style="font-family: arial;font-size:85%;" ><br /><br /></span><span style="font-family: arial;font-family:arial;font-size:85%;" >E ainda mais efetivo seria junto a isto negar a dicotomia entre saber científico e saber tradicional numa perspectiva agroecológica e educomunicativa de construção social. A integração da América Latina não é unicamente estrutural, política e econômica, como propõem por caminhos distintos os imperialistas e o setor privado nacional e os movimentos sociais. Ela é, sobretudo, histórica e cultural.</span><span style="font-family: arial;font-size:85%;" ><br /><br /></span><span style="font-family: arial;font-family:arial;font-size:85%;" >¹ Revista Sociologia Ciência e Vida. Ano II, número 16. A mídia na mira da sociologia – entrevista com Alberto Abruzzese (pág.11)</span><span style="font-family: arial;font-size:85%;" ><br /><br /></span><span style="font-family: arial;font-family:arial;font-size:85%;" >² Leia mais na matéria da Agência Brasil de Fato “IstoÉ manipula foto para proteger Serra”</span><span style="font-family: arial;font-size:85%;" ><br /><br /></span><span style="font-family: arial;font-family:arial;font-size:85%;" >³ Reportagem “MST contra o desenvolvimento”, da edição 2005, de 9 de abril de 2008.</span><span style="font-family: arial;font-size:85%;" ><br /><br /></span><span style="font-family: arial;font-family:arial;font-size:85%;" >4 Callegare, Cesar. Revista Sociologia Ciência e Vida. Ano II, número 16. A reforma urbana (pág. 17)</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36397713.post-71088320758286061892008-04-10T13:39:00.000-03:002008-04-10T13:54:37.917-03:00Jogo do(s) erro(s): descubra o(s) erro(s) da IstoÉ<style type="text/css">-- @page { size: 21cm 29.7cm; margin: 2cm } P { margin-bottom: 0.21cm } --> </style> <p style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family:Verdana,sans-serif;"><span style="font-size:85%;">A revista <a href="http://www.istoe.com.br/">IstoÉ</a> deu um verdadeiro presente aos debates das aulas de ética das faculdades de comunicação e jornalismo, em específico. Como mostra a <a href="http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/nacional/201cistoe201d-apaga-foto-para-proteger-serra">Agência Brasil de Fato</a>, um texto altamente tendencioso se esforça para criminalizar o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e uma foto é manipulada para proteger o governador de São Paulo, o tucano José Serra.</span></span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family:Verdana,sans-serif;"><span style="font-size:85%;">A reportagem <a href="http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2005/artigo76765-1.htm">“MST contra o desenvolvimento”</a> é um dos destaques do número desta semana (edição 2005 – 9 de abril de 2008). Com a chamada de capa “Abril Vermelho – Sem reação do governo, o MST intimida empresas e promove o mais violento protesto de sua história”, os leitores são convidados a mergulhar na implícita perspectiva da publicação sobre uma importante parcela da sociedade organizada: os movimentos sociais.</span></span></p><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh76Bgsd43arJE0-kPg88hHvd9bS4EhShu6R95dd3zP8Pix1_VL3TJ1JV09N_spejtEvu_u3aq4xowrFcTVWDb2wdILcXLXHcnNEzQrmrMq8JoIpxwSQ9vX9aLn8Z3ZnFHhqSzY/s1600-h/placa_istoe.png"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh76Bgsd43arJE0-kPg88hHvd9bS4EhShu6R95dd3zP8Pix1_VL3TJ1JV09N_spejtEvu_u3aq4xowrFcTVWDb2wdILcXLXHcnNEzQrmrMq8JoIpxwSQ9vX9aLn8Z3ZnFHhqSzY/s400/placa_istoe.png" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5187658329407838002" border="0" /></a> <p style="margin-bottom: 0cm;" align="center"><span style="font-family:Verdana,sans-serif;"><span style="font-size:85%;">A reportagem é destaque na página inicial do portal</span></span><br /><span style="font-family:Verdana,sans-serif;"><span style="font-size:85%;"><a href="http://www.istoe.com.br/">IstoÉ Online</a>, com a foto adulterada</span></span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;" align="center"><br /></p> <p style="margin-bottom: 0cm;" align="center"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4LO42gsRBzCaaWJDzMnxpG_LFfsb0HpKucKqLJRtwFmewKB-k8wxHlePcgIKN5UWJTvmwIuw1-ykhA4QivzMQrbNT70I2j0UrkL93jX9zlJ6CW1zL-PNeQtUCpPhdXlVWvJKU/s1600-h/placa+isto+e_revista.png"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4LO42gsRBzCaaWJDzMnxpG_LFfsb0HpKucKqLJRtwFmewKB-k8wxHlePcgIKN5UWJTvmwIuw1-ykhA4QivzMQrbNT70I2j0UrkL93jX9zlJ6CW1zL-PNeQtUCpPhdXlVWvJKU/s400/placa+isto+e_revista.png" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5187658333702805314" border="0" /></a></p> <p style="margin-bottom: 0cm;" align="center"><span style="font-family:Verdana,sans-serif;"><span style="font-size:85%;">Na versão digital da revista, idêntica à impressa,<br />a foto acompanha o início da matéria</span></span></p><br /><p style="margin-bottom: 0cm;" align="center"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgm9Bwg28GXVYKPhbZrMDE_fZtzVirDMRI6NHEY734JZj3_SXNKVj_vLh5yZjA_X2q78L-SeOnFSBbbhX8i_POSyjeyQic3281XSHgQj1JJpTWR2O0qlmwAWpV3xcytCDpY21tq/s1600-h/placa+fora+serra_folha.png"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgm9Bwg28GXVYKPhbZrMDE_fZtzVirDMRI6NHEY734JZj3_SXNKVj_vLh5yZjA_X2q78L-SeOnFSBbbhX8i_POSyjeyQic3281XSHgQj1JJpTWR2O0qlmwAWpV3xcytCDpY21tq/s400/placa+fora+serra_folha.png" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5187658320817903394" border="0" /></a></p> <p style="margin-bottom: 0cm;" align="center"><span style="font-family:Verdana,sans-serif;"><span style="font-size:85%;">Na foto de Cristiano Machado, no portal <a href="http://www1.folha.uol.com.br/folha/galeria/imagemdodia/dia20080324.shtml">Folha Imagem</a>,<br />a placa aparece com o escrito “Fora Serra”</span></span></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36397713.post-64504143077793671882008-01-07T20:30:00.000-03:002008-01-24T21:04:52.518-03:00Cada qual com seu ano novo<span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;">Mais um ano gregoriano acabou e outro começou. Aqui no litoral, todos na praia aguardando a meia-noite como se a vida fosse mudar após o relógio demonstrar que outro ano começa.</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">E me pergunto: por que o ano termina 31 de dezembro e começa 1° de janeiro para todo mundo? Como em todas, algo de muito estranho nesta convenção.</span><br /></span><span style="font-size:85%;"><br /><span style="font-family:verdana;">Falar de ano é fazer referência a um ciclo: o movimento de translação. A dança de 365 giros de Gaia sobre o próprio eixo enquanto dá uma volta no Sol, como que em reverência à criação. Uma dança que na verdade nunca termina, recomeça...</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">Assim é também com os outros planetas regidos pelo tempo Sol. Giram em torno dele numa dança interminável, mas não levam o mesmo tempo que a Terra para completar o ciclo de translação. Assim como os Astros, tenho o meu próprio jeito de dançar e me recuso a dançar em passinhos como os pagodeiros do apocalipse!</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">A volta ocidental em torno do Sol é regida pelo calendário gregoriano, segundo o qual os anos de todos nós começam e terminam simultaneamente. Imagine o Sol vestido de branco, estourando um espumante e a jantar lentilha...</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">À luz de uma proposta de organização temporal, vê-se rapidamente que o calendário gregoriano não é indicado para ordenar um ciclo. Tem subciclos irregulares (meses, semanas, dias...) e geração mecânica. Além da característica padronização propagada pelas forças globalizantes ocidentais. Não organiza, mas controla e massifica. E bagunça.<br /><br /></span></span><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnbfsiiHlLy0K86PmIoHsMTbMUyYyALBNeexcy7Q1kuZe9bM0rZApv07yHdEWVzIoWG2DYMFd3mprXlK3DJTi2NLlRusUEetxIIC_LzJzPZdunJGL2wNIc8blleqxlbdVi9D2H/s1600-h/Tempo_abre.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnbfsiiHlLy0K86PmIoHsMTbMUyYyALBNeexcy7Q1kuZe9bM0rZApv07yHdEWVzIoWG2DYMFd3mprXlK3DJTi2NLlRusUEetxIIC_LzJzPZdunJGL2wNIc8blleqxlbdVi9D2H/s400/Tempo_abre.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5152896137065526002" border="0" /></a><span style="font-size:85%;"><br /><span style="font-family:verdana;">Em suma, o tempo não é, nunca foi e nunca será igual para ninguém, apesar de convivermos uma sicronia temporal. Não entramos aqui todos juntos e não seguimos as mesmas rotas, mas estamos todos aqui e compartilhamos o mesmo destino; assim como nos encontramos a todo instante no limiar do paradoxo autonomia e coletividade.</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">O tempo é a mente e a mente é a expressão cósmica do agora. Quando o agora é um tempo-igual-para-todos perde o encanto mágico da autonomia e o valor da criação. O tempo-igual-para-todos oprime o inesperado, é pre-estabelecido, esfaqueia a espontaneidade... Não entrei nesta dimensão junto a todos nem sequer vim pela mesma porta!</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">O girar dos ponteiros promove o passado de mera lembrança a fantasia vivenciada e cria nostalgia por um desejo desconhecido. Já o futuro, este sim, o único sobre o qual ainda é possível ser autônomo, torna-se a meta por excelência.</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">Quem tem o tempo igual a todos acha o agora insosso, sem sal, apócrifo; considera o passado a utopia conhecida; imagina para o futuro a possibilidade de reviver o passado ou um destino determinado.</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">E os sonhos têm quase sempre a forma de um futuro de poder. Este, qualquer que seja, distancia os homens do agora, instante atômico que passa despercebido pelos sentidos físicos; e não se pode esquecer que se distanciar do agora é fugir da própria mente.</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">Todos os sonhos de poder apntam para a matéria, e a matéria, que só pode ser tocada, não pode ser vivida, pode ser tocada por apenas alguns poucos. Para muitos não passa de desejo, para poucos é objetivo e resultado.</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">De qualquer forma, a matéria por si só não é uma utopia vivenciável. Como intuito, ela frustra as expectativas de realização, de possíveis melhoras e de harmonia com/no/do mundo até se perder a autonomia sobre os próprios sonhos.</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">Quem nunca desejou um produto inútil porque a propaganda instigou? Cuidado com os publicitários!, eles pode ser traiçoeiros... foram escolhidos para ser os oráculos da Babilônia! E por isso mesmo sua linguagem deve ser apropriada pela movimentação.</span><br /><br /></span><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgurDLSEVedp4GvyQvz6Y9yxL4VNiwbO6HgH_nvg316JRPYa8EBIixF_JlyJM5KdzXktmp3u11QNPDj7fL4LvTLzwLJ_Nccs3qbEi8mteLB3nOce8bExqcZ-dfHez2b3lMNvnCf/s1600-h/tempo_.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgurDLSEVedp4GvyQvz6Y9yxL4VNiwbO6HgH_nvg316JRPYa8EBIixF_JlyJM5KdzXktmp3u11QNPDj7fL4LvTLzwLJ_Nccs3qbEi8mteLB3nOce8bExqcZ-dfHez2b3lMNvnCf/s400/tempo_.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5152896948814344962" border="0" /></a><span style="font-size:85%;"><br /><span style="font-family:verdana;">Não podemos permitir que o tempo e os sonhos sejam controlados. </span><span style="font-family:verdana;">Deseje feliz ano novo no aniversário das pessoas.</span><br /></span>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-36397713.post-20138233988995373092007-11-26T09:11:00.000-03:002007-11-26T10:30:55.308-03:00Olhem pro espelho<span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">Fui para Barra do Ribeira no último final de semana. No ônibus a caminho de Iguape, passando pelos extensos bananais de Itariri, Pedro de Toledo e Miracatu, me veio esse texto que segue abaixo. Espero que gostem =]</span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#006600;"><strong>Espelho, espelho meu...</strong></span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Já foi pedra, e causou tropeço. Já foi degrau, e fez tombar. Já foi banco da praça</span><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">. Nunca enxergou direito mesmo, bateu feio o joelho.</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Mesmo atordoado seguiu em frente. Caiu, levantou e caminhou. Hoje corre; e cai, mas não pára de correr.</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Meio capenga, já foi muro. Nunca enxergou direito mesmo. Bateu a cara. Quebrou o nariz e perdeu os atacantes. O sorriso, que já era amarelo, ficou amarelo e desfalcado e hoje ainda, quase sempre de azulejo.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Insaciável em sua gastura, insatisfeito em ser muro, quis ser arranha-céu. E foi gêmeos, que desabaram sobre a própria cabeça.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Manco, caolho, aleijado, com a cara torta e esclerosado, mas ainda insaciável em sua gastura, agora é abismo. Nunca enxergou direito mesmo. Desenvolvimento! </span><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">E hoje corre, rumo ao abismo. E cai?!</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Mas... oh! Evolução? Uma esperança? Ou será apenas mais uma adaptação, o mesmo círculo vicioso com outra máscara que não causa mudança? Não, não. É preciso e positivo acreditar. Sistemia físico-técnico-espírito-sócio-afetivo-epistemológico-sensitivo-comunicacional. </span><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Algumas vozes já assumem que a hegemonia precisa ruir, que a necessidade premente é evoluir, que não dá mais pra se encaixar e seguir o fluxo. O fluxo é o mercado e sensações são mercadorias.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Sim, o mundo precisa mudar. Que mundo precisa mudar? "O que está embaixo é como o que está no alto. O que está no alto é como o que está embaixo". Assim falava Hermes Trimegisto.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">O interior é mundo, o mundo é interior. E o interior pode ser pedra, degrau, banco da praça, muro e arranha-céu. E tantas outras coisas. O interior é o que se faz dele e por ele nos lugares e nos mundos, e vice-versa.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Hakim Bey diz que "a Babilônia toma suas abstrações como realidade". O homem pode ser seu próprio abismo. </span><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Entendendo o mundo como espelho, se torna duro olhar no espelho.</span>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-36397713.post-32617495348763930392007-11-02T13:20:00.000-03:002007-11-03T15:03:09.678-03:00Sai que a comida é minha!<div style="font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;">Era muito bom para ser verdade. E tão fácil. Perder tempo seria o maior dos erros, pois oportunidades como esta não acontecem todos os dias. Uma montanha doce como aquela não podia ser desperdiçada. Sabia que precisava correr, avisar os companheiros e mobilizar para o trabalho.<br /><br />Afinal, acabou de acabar, mas não demora muito outro inverno vem aí e a dispensa não poderá estar vazia, a galeria de fungos necessitava de substrato... Senão, como alimentaria toda a comunidade? </span> </div> <div style="font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;"> </span></div> <div style="font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;">Nessas horas o dever chama. Era hora de usar as seis pernas tão bem treinadas para estas responsabilidades. Mas com certeza não aguentaria. Que adianta se enganar. Perder tempo pensando é um erro, não há folga pra isso. Quando não faz, sempre dá pano pra manga. E além do mais ainda há os gigantes. Gigantes são os macacos pelados, nunca se sabe qual temperamento domina seu momento. Se um deles chegar...<br /></span> </div> <div style="font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;"> </span></div> <div style="font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;">Tinha consciência plena que não deveria, mas o bolo era tão bonito... O cheiro de aimpim... Sem demora. Um pedacinho só e correria como nunca. Rápido como o Papa Léguas! O risco aumentaria, mas sua compulsão só fazia berrar em sua cabecinha atordoada. Não aguentou. Correu até o grande bolo de aipim que se encontrava sobre uma boleira laranja com a tampa um tanto torta, passou pelo vão que se formava e deu uma mordida. Ah! Agora sim poderia cumprir satisfeito sua missão.<br /><br />Era uma formiga operária. Explorar a casa em busca de alimentos doces e avisar o operariado quando topasse com guloseimas era a sua missão. Somente as formigas mais habilidosas e destemidas ocupavam este cargo, que necessitava de destreza, velocidade e muita inteligência. Valentes, desafiam os perigos do mundo dos gigantes sozinhas. As outras vão em bando depois que as exploradoras dão o sinal. Enfrentar os grandes pés e aquela impiedosa atitude dos macacos pelados com os insetos que interagiam no território... Cada excursão era um delicioso desafio para esta formiga responsável pela segurança alimentar da comunidade. Para as famílias cada saída a campo era motivo de preocupação e apreensão.<br /><br />Desde criança já apresentava um metabolismo mais acelerado que o normal - os pais chegaram a desconfiar de hiperatividade. Sempre quis ser uma operária exploradora. O que faria, se não viver a emoção do desconhecido? E sempre foi apoiado pelos pais, apesar dos riscos. Porque explorar o mundo dos gigantes era motivo de orgulho para qualquer família de formigas. Sair por aí em busca de comida era das mais importantes funções da sociedade formiguense.<br /><br />Os gigantes construíram caixas gigantes sobre o mundo das formigas. O tempo passou e as formigas, espertas, se adaptaram. Os jardins, as paredes... tanto lugar bom pra formigueiros! E então primavera e verão viraram estações de aventura para as destemidas formigas exploradoras, que precisam disputar com os macacos pelados boa parte do alimento que comerão nas estações frias. Não importa se era resto, alimentos que iam pro lixo. Era só um macaco pelado pegar formigas trabalhando que era atingido por um surto de antropocentrismo e trucidar as inocentes operárias.<br /><br />Tinha acabado de passar pelo vão, saindo da boleira. Agora era a hora de correr como nunca. Mal pensou que não era um bom momento para aparecer um gigante, eis que surge pela porta da cozinha. E viu a formiga. Ela correu, sabendo que não adiantaria. A mão do macaco pelado já descia a toda sobre seu corpo.<br /><br />De repente acordou, não se mexeu por instante e levantou ainda meio babaca de sono. O nariz estava irritado. Devia ser o ar condicionado, comentou já com a esposa que não está legal o aparelho, provavelmente sujo e cheio de ácaros, só não tomou nenhuma atitude. Foi até o banheiro, olhou para o espelho, abriu a torneira e jogou água no rosto. Agora já podia ir tomar o café da manhã, só precisava pegar o notebook, estava esperando um e-mail importantíssimo para aquela manhã.<br /><br />Caminhando até cozinha viu um pontinho preto se mechendo no chão do corredor, um tanto à frente. Se aproximou e reconheceu uma formiga carregando um pedaço de não sei o quê. Lembrou do sonho que teve e pensou nas formigas, em todas que já matou. Chegou então à conclusão que, por mais que fosse um homem estudado, viajado, moderno, inteligente e muito bem educado, "fino", como diriam as madames, por vezes e outras se pegava em disputa por alimento com os insetos de sua casa.<br /></span> </div>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-36397713.post-56870987951812282502007-09-19T23:19:00.000-03:002007-09-20T00:23:58.020-03:00Nós aqui dentro da bola azul<span style=";font-family:verdana;font-size:85%;" >Hoje qro falar da relação homem/natureza, numa concepção que considera um e outro coisas mesmas. Prometo tentar fazer desta a última vez que escrevo a respeito disto pois a simples afirmação de que homem e natureza são a mesma coisa já denota a possibilidade de separação do homem e do ambiente.<br /><br />Esta reflexão que escrevo aqui me veio hoje de manhã ao ler um artigo que defendia a construção de novas formas de relação dos homens entre si e com o ambiente que integram, algo extremamente comum em textos que abordam a crise paradigmática por que passa a espécie humana. Crise esta culpada pelos dilemas contemporâneos e pelos problemas socioambientais globais.<br /><br />O artigo, que fala sobre a EA no processo de gestão ambiental, aborda as relações sociais e com o ambiente como coisas distintas uma da outra. Se considerarmos que homem e natureza não são coisas diferentes, podemos então afirmar que o desencantamento da humanidade provocado pelas máximas do consumo e da competitividade é uma dimensão fundamental das problemáticas globais contemporâneas.<br /><br /></span><span style=";font-family:verdana;font-size:85%;" ><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMwmSYx6rRyiNwtBcqLOCPIlSS30OqOTDd6h3xUk_478YP-wJ8llhDC4MRtV6p0JkfhP2I6tU8ivvjgpf8FLISOIEHySduR1RKMn6kvtLLKkIBYvXRNt4Jf8E6vi_RYC0indDo/s1600-h/equil%C3%ADbrio+din%C3%A2mico.bmp"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMwmSYx6rRyiNwtBcqLOCPIlSS30OqOTDd6h3xUk_478YP-wJ8llhDC4MRtV6p0JkfhP2I6tU8ivvjgpf8FLISOIEHySduR1RKMn6kvtLLKkIBYvXRNt4Jf8E6vi_RYC0indDo/s400/equil%C3%ADbrio+din%C3%A2mico.bmp" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5112120294001777938" border="0" /></a></span><span style=";font-family:verdana;font-size:85%;" ><br />Assim sendo, fica fácil compreender que o ambiente pessoal, interno (ecologia humana), só se completa na relação com o Outro (ecologia social) e com o meio (ecologia natural). Em outras palavras, é a interação entre o ambiente interno e o ambiente externo que caractreiza a personalidade das pessoas, moldando valores e comportamentos. Se torna, dessa forma, incoerente a concepção das relações sociais como algo distinto das relações com o meio.<br /><br />É bem simples. O equilíbrio ecológico depende de harmoniosa e sadia interação de todos os elementos, bióticos e abióticos, que compõem o meio ambiente. Entre todos os níveis de complexidade da realidade, as conexãos devem estar estabelecidas, permitindo a ocorrência dos fluxos de energia e recursos.<br /><br />Nas sociedades humanas, além de energia e recursos, os fluxos transportam também afeto e informações. São os fluxos e elementos básicos das relaçoes humanas. Sem a troca de informações e afeto, as sociedades trilham um caminho que tem o colapso atrás da porta final. Desencantadas e em crescente desconexão, as relações sociais representam dimensão central das problemáticas socioambientais.<br /><br />Falta de afeto e centralização na produção de informações e conhecimentos são, ao meu ver, os elementos fundamentais da crise global. As pessoas não mais trocam olhares e carinhos. As grandes corporações midiáticas centralizam a produção e distribuição de informações.<br /><br />O acesso a recursos (o maldito dindin) e energia (alimentos, água) é afetado em decorrência dos outros laços rompidos, citados anteriormente. Mas são considerados mais importantes que um abraço ou uma boa conversa.<br /><br />Se queremos pensar em intervir enquanto cidadãos para a construção de sociedades sustentáveis, é fundamental a consolidação de novos padrões de relacionamento, buscando conexões harmoniosas entre as pessoas. Então não basta fazer reciclagem, plantar mudas de árovres e coisas do gênero,mas literalmente mudar a casa (<span style="font-style: italic;">oikos</span>), sendo que a primeira casa de toda pessoa é sua mente.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizRnCU6aCShqGcAitDVt07FX9x20eB1-ySN41YWUWKzQHQnlZJaxlVcQ7CQFPqY4JvKCudasU_SQ-Itr5Z3M2hVHSko0XXanR8DvIYsAQVcCfrPtI6znxgkoaaIGFIsn3pjBhq/s1600-h/gaia8.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizRnCU6aCShqGcAitDVt07FX9x20eB1-ySN41YWUWKzQHQnlZJaxlVcQ7CQFPqY4JvKCudasU_SQ-Itr5Z3M2hVHSko0XXanR8DvIYsAQVcCfrPtI6znxgkoaaIGFIsn3pjBhq/s400/gaia8.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5112120289706810626" border="0" /></a><br />Se queremos pensar em soluções para os problemas globais, precisamos compreender que, em toda esta diversidade que vemos, somos apenas uma bola azul que flutua no universo.<br /></span>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-36397713.post-57140033794665391892007-08-14T01:46:00.000-03:002007-08-14T02:19:18.508-03:00Universo simbólico e o espantalho gramatical<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhi6tFvLM8ZncutLOBP0m5FBMTjbuNDZ0nULJ35VOyF3odgvEwaKop-viV9XMIMxMTMonD_5xT438bwBnCq4tyWjRAE90uP-Cf1J8aVUfktPlOEwEBsnUdpPGzGawa1A3UYUq8X/s1600-h/dali_salvador2.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5098421253920683090" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhi6tFvLM8ZncutLOBP0m5FBMTjbuNDZ0nULJ35VOyF3odgvEwaKop-viV9XMIMxMTMonD_5xT438bwBnCq4tyWjRAE90uP-Cf1J8aVUfktPlOEwEBsnUdpPGzGawa1A3UYUq8X/s400/dali_salvador2.jpg" border="0" /></a><br /><div><div><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">No Brasil, a Educação Ambiental é um campo construído historicamente como a prática educativa do movimento ecológico. A estratégia de permanente questionamento e desconstrução dos padrões de relações e enraizamento dos valores, preceitos, princípios éticos, formas de visões e linhas de pensamento do movimento ambientalista que, complexo em si mesmo, possui diversas correntes.<br /><br />Por aqui, a EA foi lapidada e fortalecida fora do contexto escolar. Delineando-se como um movimento de educação popular, configura uma espécie de subsistema do movimento socioambientalista que, ao tomar contornos deste, com sua crítica radical aos padrões tradicionais de relações pessoais, públicas, espirituais etc, se apropria de termos, conceitos, teorias e linhas filosóficas comuns aos ecologistas.<br /><br />Esse processo histórico estabeleceu um universo simbólico e conceitual do movimento socioambiental, que exerce uma função aglutinadora, identitária, estabelecendo laços simbólicos e códigos comuns entre os militantes. Mas alguns acontecimentos recentes suscitaram reflexões sobre até que ponto tal universo simbólico é positivo e quando começa a ser um complicador.<br /><br />Após o III EEEA – Encontro Estadual de EA de São Paulo, alguns feedbacks de pessoas que foram ao evento apresentaram um certo desconforto.<br /><br />O encontro era o ponto culminante do processo de consulta pública à minuta da Política Estadual de EA, reunindo profissionais da EA das antigas e muitos jovens altamente engajados. Mas reuniu também muitos professores e jovens curiosos e interessados em conhecer melhor este campo que emerge em importância com a deflagração dos problemas ambientais na atualidade. Destes últimos, alguns disseram sentir-se perdidos no meio de tanta siglas desconhecidas e termos diferentes com os que estão acostumados.<br /><br />REPEA, CJs, REJUMA, REABS, RUPEA, Coeduca, Cescar, Coletivos Educadores, Redes, socioambiente, pensamento holístico, sistêmico, comunidades de aprendizagem, ecoalfabetização, agenda 21, carta da terra, Tratado de EA para sociedade sustentáveis e responsabilidade global... e por aí vai.<br /><br />Este universo conceitual acaba desenvolvendo uma função de duas mãos. Ao mesmo tempo que dá um certo sentido de coesão e serve como forma de distanciar das raízes culturais hegemônicas, entranhadas de valores capitalistas, patriarcais, industriais, as experiências dos últimos dias demonstraram que este universo conceitual pode também ser uma barreira para a participação de novos atores nesta cena.<br /><br />E depois do boom das redes então, somada à forte ligação que o movimento ambiental estabelece com este padrão organizacional, surge também uma constelação de siglas que passam integrar esse universo simbólico e conceitual, fazendo-se presentes do cotidiano dos atores sociais envolvidos com a área, complicando ainda mais sua compreensão.<br /><br />A Educação Ambiental assume uma postura altamente integrativa, até mesmo pelo viés transdiciplinar da temática socioambiental, que permite interfaces com inúmeros outros temas. Se propõe a dialogar com todos os grupos possíveis, tentando deflagrar processos de reflexão individual e coletiva sobre a postura que temos assumido perante Gaia e o que isto tem significado, com o intuito de construir novas percepções da realidade e novas formas de pensamento, alinhadas com os princípios da sustentabilidade.<br /><br />Mas para ajudar a construir o “outro mundo possível”, a educação ambiental não deve descuidar da sua capacidade de agregação de novos agentes. Sobretudo nestes eventos, um risco muito grande é cairmos na arrogância do jargão.</span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">É um verdadeiro paradoxo que nos suscita um importante questionamento: como manter e fortalecer esses laços identitários, que carregam uma crítica direta aos padrões de consumo e de relacionamento dos humanos entre si, com as outras formas de vida e com o ambiente e que, portanto, trazem grande potencial de permear novos símbolos no imaginário coletivo, sem que isso se torne um "espantalho gramatical" do movimento?</span></div></div>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-36397713.post-40795584505438962082007-08-02T05:20:00.000-03:002007-08-07T03:30:17.489-03:00Juventude sociambientalista cobra posição de Graziano sobre Tijuco Alto<span style="font-family:trebuchet ms;">Cerca de 50 jovens com idades a partir de 17 anos, integrantes dos Coletivos Jovens Caiçara e Caipira / REJUMA – Rede da Juventude pelo Meio Ambiente e Sustentabilidade e outros grupos, pressionaram o secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Xico Graziano, a se posicionar oficialmente sobre a construção da Barragem de Tijuco Alto, no Rio Ribeira de Iguape. </span><br /><div><div><div></div><br /><div><span style="font-family:trebuchet ms;">A juventude socioambientalista, composta também por moradores do Vale do Ribeira, conversou com Graziano no dia 28 de julho, em São José do Rio Preto, após a Plenária Final do III Encontro Estadual de Educação Ambiental (EEEA). Os educadores e educadoras ambientais e instituições, redes e coletivos presentes no encontro aprovaram uma moção de repúdio à construção da barragem de Tijuco Alto, apresentada pelo CJ Caiçara.</span> </div><div></div><div></div><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5094516325489734690" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCLeCaMywUlzmk06UiQ3k2Earpdp0OWnAquq3cs57aPuilXXMkeXjaFdYDnbB8CmkPDIyAA4bzMDCqakrzbtZN479ydwFHILGIG-90JRpRlHqguojhwnjZzz2_BGNHOwi_-ezs/s320/III+EEEA+-+Raquel+331_3.jpg" border="0" /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">O secretário se esquivou e afirmou que não deve tomar posição oficial no caso. “A Secretaria não tem posição quanto a essas questões. Nós não temos e não deveremos nesse momento ter”, declarou. Justificou dizendo que não poderia se posicionar em relação a algo que compete a outro órgão, no caso o Ibama, responsável pelo licenciamento. Entretanto, disse que, se for possível compensar os impactos, pode haver até “ganho ambiental”.</span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">A cobrança foi realizada um dia após o governador José Serra vetar o Projeto de Lei que transformava o Ribeira de Iguape em Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental do Estado de São Paulo. Quanto ao PL, um assessor de Graziano informou que a propositura não pôde ser aprovada porque o Rio Ribeira de Iguape, estando nos territórios de São Paulo e Paraná, é um rio Federal. Neste caso, o projeto deve sair do legislativo federal.</span> </div><div><br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5094515530920784914" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKPgQnil7e2HWs1fXkqiDaGarTAbc8nAWoWuEgNx460JjKouE6tTshZ_UrLdxNSbYCPJrBQSITSS3YFmXAPbEjgogCNKvrQvVKI2P4tK6EYy3QI5fVrtQdQtPE2hSRT20PeWlX/s400/III+EEEA+-+Raquel+538_2.jpg" border="0" /> <div></div><br /><div><span style="font-family:trebuchet ms;">O Secretário conversou com os jovens após manifestação durante a plenária final do III EEEA. Portando cartazes e mudas de árvores, repesentando a vida, e entoando frases como "Terra sim! Barragem não!" e "Terra pra plantar e não pra alagar!", a juventude demonstrou amplo descontentamento com o andamento do processo de licenciamento da Barragem de Tijuco Alto. Durante as audiências públicas, os argumentos das comunidades e os dados técnicos apresentados por pesquisadores, comprovando os altos impactos sociaoambientais e culturais que causaria o empreendimento, não estão sendo levados em consideração.</span> </div><br /><div><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5094518301174690866" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwGw_uFwhccZCqeuD3zGPDahNiUCuNvlYDs90-XtK1B-Nhr-ZkZCCrCyZ28ix5lGoTANudaCDda61V0hT9XQ8qZsVd57ZAbs6Q0b-cp2A9if7sL9a8pjcx-1yo2go40Gs6cW9g/s400/III+EEEA+-+Raquel+529_2.jpg" border="0" /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Durante a conversa, que durou pouco menos de dez minutos, Xico Graziano falou que não tem informações técnicas sobre as comunidades tradicionais que habitam a região. Apesar disso, afirmou também que a SMA possui técnicos que conhecem muito mais sobre o caso até do que os jovens que moram na área.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Disse também que não vai se esquecer daquele papo.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Confira mais abaixo toda a conversa da juventude socioambientalista com o secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><strong><span style="font-family:trebuchet ms;">Contexto</span></strong><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Único rio federal sem intervenções em seu curso com a construção de barragens, o Rio Ribeira de Iguape está na maior área contínua de preservação de Mata Atlântica do país. Hoje um empreendimento privado, a barragem de Tijuco Alto, põe em risco a área, considerada Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Tijuco Alto é um projeto da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), do Grupo Votorantim. A proposta é gerar energia para a produção de alumínio em sua fábrica no atual município de Alumínio, antigo distrito de Mairinque. A resistência das comunidades locais e das organizações socioambientais tem evitado a concretização do projeto.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Com planejamento de 153 m de altura e 65 km de extensão para geração de 150 MW de energia, a barragem de Tijuco Alto foi considerada a maior ameaça à complexa diversidade socioambiental e cultural do entorno do Rio Ribeira de Iguape.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Já foram realizadas diversas manifestações populares contrárias ao empreendimento. O Relatório de Impacto Ambiental, confrontado com dados técnicos dos impactos que provocaria a barragem, mostrou-se inconsistente. Ainda assim o risco do Ibama aprovar o licenciamento é muito grande, já que o Ministério de Minas e Energia é favorável à construção.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"><strong>Conversa com Xico Graziano</strong></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Bruno (Itanhaém) - Em nome dos Coletivos Jovens Caiçara e Caipira de Meio Ambiente e Rejuma - Rede da Juventude pelo Meio Ambiente, nós queremos saber a posição da Secretaria de Meio Ambiente e do Governo do Estado de São Paulo sobre a construção da barragem de Tijuco Alto e sobre a transformação do Rio Ribeira de Iguape num Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental.<br /><br />Xico Graziano - “A secretaria de meio ambiente só tem uma função na vida, que é proteger o meio ambiente paulista. O que for possível pra exercer esse poder na fiscalização ou nas ações ambientais de São Paulo, nós existimos pra isso. Nós não permitiremos que ações sejam feitas com prejuízos ambientais, ou com problemas ambientais que não possam ser mitigados. É assim que estabelece a legislação brasileira. Às vezes você vai construir uma rodovia, como o Rodoanel, em São Paulo. Ele corta a região do Guarapiranga. Então, pra permitir ao Rodoanel existir você exige uma série de compensações ambientais que eles foram obrigados a fazer. A mesma coisa com o aeroporto. Vai precisar construir mais uma pista lá em Cumbica. Então tudo bem, você precisa da pista, só que vai construir num local que tá lá a vegetação, um pequeno córrego. Tem que fazer a mitigação, a compensação. Tem que saber como é que o dano ambiental, nesses casos inevitáveis, como é que ele consegue ser controlado e acaba tendo, ao invés de prejuízo, ganho ambiental. Se for incompensável as obras não podem ser feitas.<br /><br />JNI* - Mas os impactos no Rio Ribeira de Iguape serão enormes. Não tem como compensar a perda de uma riqueza como aquela!<br /><br />Graziano - Quem diz isso é o EIA-Rima.<br /><br />Lohan (Cananéia) - O EIA-Rima foi feito pela CENEC, o mesmo pessoal que era da Camargo Correia, que já fizeram barragens com falhas. O Vale do Ribeira é o que sobra de Mata Atlântica aqui no nosso Estado. Durante as audiências públicas, todo mundo viu, foi uma grande palhaçada, o Ibama presenciou! Eles ficaram sem resposta para todos os argumentos técnicos...<br /><br />Graziano - O licenciamento é o Ibama que está fazendo. Se estivesse na nossa Secretaria eu teria que ter uma posição um pouco mais decisiva talvez. Mas nesse caso o licenciamento é do Ibama. Nós estamos acompanhando. Nós tínhamos muita gente lá nessa audiência. Haviam projetos de três barragens. Duas delas eram inaceitáveis. E de cara já foram abandonadas. Resta agora a de Tijuco Alto. O Ibama diz, esse problema quem resolve sou eu. Tirou do Estado de São Paulo, vocês sabem disso. Então nós estamos lá, acompanhando o resultado das audiências.<br /><br />Vanessa (São Vicente) - Mas o Governo do Estado dever ter uma posição...<br /><br />Lohan – O Ministério de Minas e Energia teve um posicionamento totalmente tendencioso...<br /><br />Graziano - Vamos acompanhar as audiências. Outras audiências serão feitas... Isso nós temos que, nesse caso, em alguns casos. Foi como o projeto de lei. Você tem que seguir a legislação brasileira. Não adianta, a gente que é órgão público. Se tomar medidas, ou posições, ou ações que não têm fundamentação legal, vem o Ministério Público e te bota uma ação na cabeça. Então, essa questão da responsabilidade, de quem tá no poder público, às vezes você não é capaz de fazer o que gostaria porque não tem respaldo legal para isso. O Projeto de Lei tem esse problema, no caso, a base legal dele era muito frágil. Então não pode ser sancionado. Se o governador fizesse isso ele cometeria um problema. No caso também desse licenciamento que está sendo feito, como o Ibama tomou a si esse processo, nós estamos acompanhando, vendo que ele seja feito da melhor forma possível.<br /><br />Thomas Enlazador (Olinda - PE) - Mas o peso do senhor, Secretário, é muito grande. Se o senhor já se posiciona politicamente contra uma agressão ambiental histórica que está sendo barrada há muitos anos... A discussão de Tijuco Alto já, desde a época do Fabio Feldman...<br /><br />Graziano - Mas se é do jeito que você está dizendo o EIA-Rima não será aprovado. Porque a análise, o Estudo de Impacto de Ambiental mostra exatamente isso. Quais são os impactos ambientais, e como esses impactos ambientais podem, ou não, ser mitigados, serem amenizados, e quais compensações devem ser feitas. Essa é legislação. Esse é o EIA-Rima. Não quer dizer que não tem impacto. Sempre haverá impacto. Em qualquer coisa, inclusive no nosso caminhar. Andar de carro, vir fazer um Congresso desses... Existem impactos associados a todos eles.<br /><br />Bruno - Tudo bem, secretário, mas qual a posição da Secretaria de Meio Ambiente sobre a construção da barragem de Tijuco Alto e sobre a transformação do Rio Ribeira de Iguape em um Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental?<br /><br />Graziano - A Secretaria não tem posição quanto a essas questões. Nós não temos e não deveremos nesse momento ter.<br /><br />Bruno - Não devem ter?<br /><br />Graziano - Não. Não deveremos ter nesse momento posição sobre isso.<br /><br />Bruno - E o motivo?<br /><br />Graziano - Hãn?<br /><br />Bruno - O motivo de não dever ter...<br /><br />Graziano – É, não dever ter.<br /><br />Cleber (Cananéia) - Você acabou de afirmar que o papel da Secretaria de Meio Ambiente é proteger o Meio Ambiente. Então dever ter um parecer.<br /><br />Graziano - Proteger o meio ambiente não significa ter a mesma posição que vocês. COncordam com isso?<br /><br />Bruno - Mas tem que ter uma posição.<br /><br />Graziano - Não necessariamente. Minha posição é em defesa ambiental.<br /><br />Lohan – Ou em defesa do dinheiro do Antõnio Ermírio de Moraes?<br /><br />Graziano – Imagine.<br /><br />Thomas - A Secretaria de Estado vai seguir a mesmo política desenvolvimentista do Governo Federal? Será que é esse o caminho?<br /><br />Graziano - Acompanhem. Viram aqui hoje, tão vendo o que está acontecendo.<br /><br />JNI - A gente não quer só acompanhar. A gente quer participar!<br /><br />Graziano - Não sejam intransigentes. Defendam o seu ponto de vista...<br /><br />Vanessa - Não é ser intransigente. Vocês representam o povo, e o povo não quer!<br /><br />Graziano - Façam o que vocês estão fazendo. Continuem fazendo o que vocês estão fazendo, vocês estão certos. O mundo se move assim mesmo. Vamos ver...<br /><br />Bruno - Mas pro mundo se mover de forma realmente democrática, atendendo as necessidades da maioria, a maioria precisa ser ouvida. E a maioria tá se manifestando. As populações locais estão se posicionando contra, a nação apóia, e mesmo assim, isso está encaminhando pra que saia. Por isso a gente pede uma posição.<br /><br />Graziano - Eu não sei se está encaminhando pra que saia. De qualquer forma as audiências estão acontecendo...<br /><br />JNI - Já aconteceram...<br /><br />Graziano - (...) e as manifestações são muito fortes, contrárias, não é? Nós gostaríamos que nenhum rio tivesse mais hidrelétricas no Estado de São Paulo. Agora, essas decisões, tem as vezes outras influências. E nesse caso, o Ibama solicitou que ele fosse o responsável. E eu não posso, como homem público que sou, não posso ter uma posição se é um outro órgão que está fazendo. Vocês têm que entender isso. Não cobrem de mim o que eu não posso dar. Acompanhem as coisas como vão acontecer.<br /><br />João Malavolta (Itanhaém) - E o senhor, sem ser instituição, como ser humano e cidadão. É a favor da construção?<br /><br />Graziano - Eu não sou a favor de nenhuma barragem, hidrelétrica, antes de mais nada, porque sou um pescador.<br /><br />Jovens - (gargalhadas)<br /><br />Graziano - E sempre fui a vida toda. E sou um apaixonado pela natureza. Mas não é essa a questão. A questão é sobre as decisões públicas. Esse país vai enfrentar um apagão de energia daqui dois anos.<br /><br />JNI - Se isso vier a acontecer, o senhor vai ficar chateado, vai tomar alguma decisão, ou vai aceitar numa boa?<br /><br />Graziano - Não entendi a sua pergunta.<br /><br />JNI - Se a barragem for construída. O Senhor disse que não é a favor como pessoa. E o senhor vai engolir isso?<br /><br />Graziano - Se por ventura isso for necessário fazer e os danos ambientais que ela causará puderem ser mitigados ou compensados...<br /><br />Vanessa - As comunidades Ribeirinhas não podem ser compensadas!<br /><br />Graziano – Mas eu não tenho informações sobre isso. Técnicas.<br /><br />JNI - Mas deveria ter!<br /><br />Vanessa - As pessoas moram lá!<br /><br />Bruno – Nós temos...<br /><br />Graziano - Mas eu não tenho... eu não consigo saber de tudo.<br /><br />Cleber - A Secretaria de Meio Ambiente não é a que protege?<br /><br />Graziano - A SMA tem muita gente que sabe disso mais que vocês, podem ter certeza. Mas o posicionamento oficial da secretaria é outra coisa.<br /><br />Lohan - Mais que as comunidades tradicionais eu tenho certeza que não!<br /><br />Vanessa - Uma coisa é ir lá. Outra coisa é acordar e dormir lá. Viver lá.<br /><br />Graziano - Nós estamos acompanhando. Nós temos técnicos que trabalham nesse assunto a mais de dez anos. Esse caso vem lá de trás, há mais de vinte anos. Desde a época do Montoro esse assunto já apareceu com as três hidrelétricas. Duas são completamente malucas. Esta tem um estudo que está com possibilidade de ser analisado. Eu não sei qual vai ser o fim disso. E eu não posso, e não devo, expor uma posição oficial da Secretaria sobre esse assunto. Ok?<br /><br />Bruno - Ok.<br /><br />Graziano - Mas eu não vou me esquecer dessa conversa que tivemos aqui hoje.<br /><br />Vanessa - Até porque a gente não vai parar por aqui.<br /><br />Graziano - Muito bem! Não parem, não parem.</span></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-36397713.post-22314155275023131542007-07-24T10:29:00.000-03:002007-07-24T11:17:23.028-03:00Diversidade na mudança<div><span style="font-family:trebuchet ms;">Do fundão vozes ressoam</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">quase nunca valorizadas</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">tudo vale, tudo é útil na inclusão,</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">na pluralidade da ampla participação</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Vamos falando baixinho e chegando<br />mais perto, devagarinho,<br />um processo diferenciado,<br />lento, participativo, pensado.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Radical é o geral,</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">das partes pro todo e todo para as partes,</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">tudo junto misturado</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">se constrói a sólida arte.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">A beleza de um rio está na sua complexidade,<br />o valor de uma pessoa está na sua vontade,<br />de fazer melhor e fazer diferente,<br />de tentar mudar agora com olhar à frente.</span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Arte é vida, vida é arte.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">ilusões e fantasias, fenômenos e realidade</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">aquele que ama a vida tem como</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">premissa a diversidade.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">----</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"><strong></strong></span></div><div><span style="font-family:Trebuchet MS;"><strong>Notícias do III EEEA</strong></span><br /></div><div><span style="font-family:Trebuchet MS;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivS0KRcKUxqyAFQ36-uXPMngbkmEXcJA0pmJ4BYJHa0P-yycne-4x2MPvnMpd4skWzpS5Arg6YJA9WNiddPzZ4suL1B_RW0fSBRTSqOrCIJRCca9vnD4Dk4wIJ7YyHc7djQOTx/s1600-h/logo+sem+escrito.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5090767046673593330" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivS0KRcKUxqyAFQ36-uXPMngbkmEXcJA0pmJ4BYJHa0P-yycne-4x2MPvnMpd4skWzpS5Arg6YJA9WNiddPzZ4suL1B_RW0fSBRTSqOrCIJRCca9vnD4Dk4wIJ7YyHc7djQOTx/s200/logo+sem+escrito.jpg" border="0" /></a>Começa amanhã e vai até o dia 28 de julho, em São José do Rio Preto, o <em>III EEEA - Encontro Estadual de Educação Ambiental - "Nas águas a EA: produções e políticas</em>". É o ponto culminante do processo de consulta pública à minuta PEEA - Política Estadual de Educação Ambiental, que vai definir como deverá ser implementada a EA tanto no ensino formal quanto informal. Vai reunir educadores e educadoras ambientais de todo o Estado de São Paulo para pensar a construção da PEEA.</span><br /><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Esses eventos são extremamente ricos. Nos permitem o contato com experientes educadores ambientais, como com aqueles que estão começando a se interessar pela área, a enxergar o grnade potencial emancipatório e transformador que tem a educação ambiental.</span><br /><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Nos próximos dias pretendo registrar aqui com fotos, entrevistas, depoimentos e relatos um pouco dos bastidores do evento. Personagens da construção da PEEA, as conversas de corredor, momentos marcantes, as personalidades presentes, impressões de jovens e adultos, experientes e inexperientes etc.</span><br /><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Até lá!</span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36397713.post-81865622091432792322007-07-02T11:22:00.000-03:002007-07-02T11:32:24.403-03:00Pra você, o que é ser jovem?<span style="font-family: trebuchet ms;">Esses dias chegou um e-mail na minha caixa postal com a seguinte pergunta: "Pra você, o que é ser jovem?"</span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">A pergunta faz parte de uma enquete que a </span><a style="font-family: trebuchet ms;" href="http://www.aracati.org.br/">ONG Aracati</a><span style="font-family: trebuchet ms;"> está promovendo para integrar um material destinado a Gestores Públicos sobre Políticas Públicas de Juventude. A resposta necessitava ser sintética. Fiz o possível para ser curto e grosso e ao mesmo tempo não ser totalmente superficial.</span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Minha resposta foi a seguinte:</span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">"</span><span style="font-family: trebuchet ms;" name="st" id="st"><span class="st">É</span></span><span style="font-family: trebuchet ms;"> viver uma instabilidade potencializada pela formação cognitiva, ética, espiritual, corporal e inserção ao sitema social. </span><span style="font-family: trebuchet ms;" name="st" id="st"><span class="st">É</span></span><span style="font-family: trebuchet ms;"> viver uma grande responsabilidade, pois indívíduos em construção têm mais chance de construir um coletivo diferente. </span><span style="font-family: trebuchet ms;" name="st" id="st"><span class="st">Ser</span></span><span style="font-family: trebuchet ms;"> </span><span style="font-family: trebuchet ms;" class="st"><span name="st" id="st">jovem</span></span><span style="font-family: trebuchet ms;"> </span><span style="font-family: trebuchet ms;" class="st"><span name="st" id="st">é</span></span><span style="font-family: trebuchet ms;"> </span><span style="font-family: trebuchet ms;" class="st"><span name="st" id="st">ser</span></span><span style="font-family: trebuchet ms;"> considerado flecha, apesar de viver intensamente como flecha e como arco." </span><span style="font-family: trebuchet ms;font-family:";" ><o:p></o:p></span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">E pra você, o que é ser jovem?</span>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-36397713.post-87850736554444893462007-06-28T22:54:00.000-03:002007-06-28T23:41:30.488-03:00Costurando e construindo idéias no MSN<span style="font-family:trebuchet ms;">Sabe daquelas conversas muito boas que depois você fica se dizendo que gostaria de tê-la arquivada em algum lugar para posteriormente rever?<br /><br />Pois então, dia 23 de junho eu e a Dani, uma amiga de São Paulo, batemos um longo papo por MSN. Estamos fazendo um curso na ONG Ação Educativa sobre “Cidadania e Direito à Educação”, voltado para o estudo da legislação educacional. Partindo de alguns acontecimentos do curso, conversamos sobre pensamento sistêmico, epistemologia e pardigma tradicionais, padrão rede de organização, educação escolar e educação popular, verticalismos... Uma conversa riquíssima!<br /><br />São nestes “encontros” da vida que descobrimos o quê e quem somos, nossos valores, princípios... É também nestes encontros que articulamos nossas próprias idéias, a partir da idéia do outro. Hoje as tecnologias da informação e da comunicação nos permitem encontros diferenciados.</span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Nós Educadores Ambientais muitas vezes conversamos muito entre nós. É bom trocar essas idéias com "não convertidos". A Dani meu autorizou a publicar nossa conversa. Creio ser uma forma diferente de propor reflexões...<br /></span><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Obrigado e um bjo, Dani! </span><span style="font-family:trebuchet ms;">;)<br />---------------------------------------------------------------<br /><br />Dani – agora me conta como funciona o projeto [EcoCidadania, que estamos desenvolvendo em Peruíbe], tem ações tipo limpar praia, essas coisas? Ou é de discussão / Educação ambiental?<br /><br />Eu – Educação ambiental. Limpar praia pode ser educação ambiental também. Se não se limitar ao mutirão, mas a um processo de mobilização e incentivo do exercício da cidadania... mas não consiste nisso não.<br /><br />Dani – Sobre limpar a praia, sei que faz parte de uma conscientização.<br /><br />Eu – Não, não. Se for elaborado pelos próprios jovens, e não só colocá-los pra catar lixo, faz parte de um processo que integra mobilização, mediação de interesses, capacidade de defender sua opinião, se expressar, planejar, organizar, envolver parceiros etc. Emancipação pura. Empoderamento para a ação!<br /><br />Dani – É que isso já faz parte naturalmente da ação, no meu entendimento. Como participei da pastoral da juventude, que tem o princípio do protagonismo juvenil, não consigo imaginar diferente disso. Ainda mais te conhecendo tb...<br /><br />Eu – Ahaha! Pois então, limpar praia também pode ser uma ação emancipatória. Mas acontece... e muito!<br /><br />Dani – Bem, sei que gosta dos debates, das trocas de idéias, de planejar juntos... Até porque vive participando de “Encontros”... rsrs.<br /><br />Eu – Ahuahu... Mas é! E tu também. Tua vida não é feita de encontros?<br /><br />Dani – Mas é que na verdade, também por minha vivência com a pastoral da juventude, sinto falta de ações mais “mão na massa”, entende? Na PJ a gente debatia bastante, mas pra mim faltavam ações mais concretas.<br /><br />Eu – O grande lance é esse. Fazer do processo educador um lance que articula a organicidade e o popular, com o erudito e sistematizador. Mas sei lá, o povo naquele curso não me entende quando eu falo de dialética entre educação popular e escolar...<br /><br />Dani – Basicamente isso, teoria e prática juntas, se complementando.<br /><br />Eu – Exato, o planeta não é um sistema de elementos interdependentes? Os processos cognitivos também. Por isso que hoje se fala bastante em transdisciplinaridade.<br /><br />Dani – Mas nem eu entendo direito como está pra você este conceito. Como você vê esta possibilidade acontecer?<br /><br />Eu – Hahaha! Simples, professor parar de achar que sabe mais que aluno e pai de aluno. Valorizar os conhecimentos anteriores como potencial de ampliação de visões e perspectivas. Processos participativos dentro da escola, envolvendo de forma horizontal e igualitária todos os atores escolares, do gestor ao tio da pipoca. Simples nem tanto neh... ahaha<br /><br />Dani – Ah, ta! É simples sim... É só querer democratizar o espaço, surgem alguns problemas, mas também muitas possibilidades.<br /><br />Eu – Charammmm!! Os problemas, surgem por quê?<br /><br />Dani - Porque é difícil estabelecer limites.<br /><br />Eu – Porque a nossa própria estrutura cognitiva é permeada de verticalidades... epistemologia tradicional. Olha os pressupostos, já conversamos sobre isso: objetividade, simplicidade e estabilidade.<br /><br />Dani – Não, é que as pessoas têm características diferentes de personalidade.<br /><br />Eu - Falei em organicidade, não falei lá em cima?<br /><br />Dani – Que tem isso? Você usa um palavreado difícil de conceituar...<br /><br />Eu - Pensa que o planeta é um organismo complexo justamente pq tem 30 milhões de espécies diferentes vivendo em harmonia, que através de suas relações de interdependência estabelecem um equilíbrio dinâmico. Ou seja, que desequilibra mas se realimenta e equilibra novamente e assim por diante.<br /><br />Dani – O que quer dizer com estabilidade também?<br /><br />Eu – Estável, estático. Por que, então, não podemos conviver com nossas diferenças??? Por que nossas diferenças têm de ser consideradas problemas e não solução??<br /><br />Dani - Ah... é por isso que eu disse que surgem possibilidades e não só problemas. Por causa dessa dialética equilíbrio-desequilíbrio<br /><br />Eu – Então começamos a amarrar as idéias... Agora, o processo de construção de conhecimento, os processos cognitivos... antes de construir, não desconstrói?<br /><br />Dani – Sim, filho... rsrs<br /><br />Eu – É a mesma coisa!!<br /><br />Dani - É isso que tô falando... É que quando fala de educação popular e escolar parece outra coisa. Dá outra idéia. Agora que se explicou melhor, é exatamente o que eu acredito. E penso que muita gente ali do curso também.<br /><br />Eu - Não, não é a mesma coisa... Sabe por que? Olha essa fase do Paulo Freire: "Ninguém ignora tudo, ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre". /Por exemplo, aquela professora Flavia Schilling falou lá no curso que a escola é a única instância capaz de perpetuar o conhecimento geração após geração. Não é a mesma coisa...<br /><br />Dani – Eu não, entendo como educação escolar mesmo. A definição de educação popular eu entendo como "educação não formal". Quem é essa Flávia? Não me lembro. / Então, mas a educação popular do Freire é a escolar.<br /><br />Eu - Tu não foi nesse dia. É uma professora da USP. Ela falou isso. / Ãhnn!??<br /><br />Dani – Mas se ela acredita mesmo nisso, tá faltando ela olhar ao redor da escola. Mas deve ter sido em outro sentido, não?<br /><br />Eu – Pois é, mas é uma professora da USP, convidada por uma instituição gabaritada como a Ação Educativa, e que falou isso pra 40, 50 professores... dá pra acreditar nisso?? Juro que eu achei isso muito estranho. Aí quando abriu pras perguntas questionei se tinha sido exatamente isso q ela tinha dito. Ela confirmou. Aí falei que pra mim ela estava completamente equivocada e que isso desvalorizava, por exemplo, todas as culturas tradicionais que não tem hábitos letrados. Uma visão totalmente eurocêntrica!<br /><br />Dani – E o que ela respondeu?<br /><br />Eu - Na hora nada... Depois que terminou ela veio me falar que falou isso porque a escola é a instância que sistematiza o conhecimento e permite a sua perpetuação histórica. Só que repito, ela falou isso pra 40 professores, uma professora da USP. E ainda confirmar depois... véio, ela tá formando professores! Aí esse povo sai de lá achando que é por aí mesmo... Então a gente chega numa questão seriíssima. Óia o tipo de pensamento que baseia uma profissional que forma educadores.... Que, por ser professora da USP todo mundo fala óóóóó.<br /><br />Dani – Por que num disse isso pra todo mundo?<br /><br />Eu – Vai saber... neh!<br /><br />Dani – É, até porque existe uma perpetuação histórica também de culturas pautadas na oralidade...<br /><br />Eu – Exato!!! Aí a gente volta lá trás... “Como você vê esta possibilidade acontecer? Hahaha! Simples, professor parar de achar q sabe mais q aluno e pai de aluno. Valorizar os conhecimentos anteriores como potencial de ampliação de visões e perspectivas. Processos participativos dentro da escola, envolvendo de forma horizontal e igualitária todos os atores escola, do gestor ao tio da pipoca."<br /><br />Dani – É, tem um povo "intelectualista" mesmo lá na USP.<br /><br />Eu – Total! Acadêmico...<br /><br />Dani – Equívocos, como você disse... por isso que normalmente sinto falta de "prática"... rsrsrs<br /><br />Eu – E se pensar então no princípio básico do Coletivo Jovem essa Flávia surta! Jovem educa jovem... Hahaha! Educação popular segmentada! Vai falar isso pra ela... Então, o projeto é a minha prática. Jovem educando jovem, com base nesses pensamentos todos.<br /><br />Dani - Bom, ela já deve saber que existe, só num deve ter vivenciado... Daí fica construindo "verdades equivocadas".<br /><br />Eu – Pois é.... Aí tu pensa, se essa mulher tá formando educadores e pesquisadores e teóricos da educação, qual tipo de pensamento que está se disseminando? É um círculo de realimentação. Um sistema auto-replicante, ou auto-poiese, igual os sistemas naturais. Haha!! É muito doido isso...<br /><br />Dani – Aii!!! Qdo você fala na linguagem "naturalista" vai ficando mais difícil de entender... rsrsrs<br /><br />Eu – Hahaha! Já ouviu falar em ecoalfabetização?<br /><br />Dani – Não, mas pelo jeito tô precisando... kkkkkkkkk<br /><br />Eu – Ta, olha isso... “consiste na conscientização ambiental que deve partir de uma reconexão do ser humano com a "teia da vida" (CAPRA, 1996, pag 231), retomando os ensinamentos que a natureza lhe argüi, ecoalfabetizando-se. Ser ecologicamente alfabetizado, ou ecoalfabetizado, significa entender os princípios de organização das comunidades ecológicas (ecossistemas) e usar esses princípios para criar comunidades humanas sustentáveis. Assim, se faz necessário fazer com que as comunidades humanas se ecoalfabetizem, para que esta possa rever a reconsiderar os seus valores (administrativos, políticos e educacionais, econômicos), quebrando os velhos paradigmas mecanicistas/positivistas estabelecidos, de modo a permitir uma nova possibilidade de convívio humano baseado na eqüidade biocêntrica.”<br /><br />Dani – Agora me explica: os jovens entendem sua língua? Rsrs.. Bom, acho que é isso mesmo que você faz.<br /><br />Eu - Biocentrismo... a vida é o centro!<br /><br />Dani - Aha! Aprendi por outra linguagem, mas já estou ecoalfabetizada!<br /><br />Eu - Aí olha essa outra frase do Paulo Freire... “O sujeito pensante não pode pensar sozinho; não pode pensar sem a co-particpação de outros sujeitos no ato de pensar sobre o objeto. Não há um ‘penso’, mas um ‘pensamos’. É o pensamos que estabelece o penso, e não o contrário. Esta co-participação dos sujeitos no ato de pensar está na comunicação. O objeto, por isso mesmo, não é a incidência terminativa do pensamento de um sujeito, mas o mediador da comunicação”.<br /><br />Dani – Paulo Freire é o cara mesmo. Mas qual a relação que você faz com o que tava dizendo?<br />Eu – A relação é com o padrão organizacional rede, em que o foco está nas relações e não nos elementos... O que o Paulo Freire diz é que a sua educação não se dá em você, mas numa linha invisível chamada comunicação... Tu nunca pensa, mas pensamos... E se o foco não está na pessoa, mas nas relações que a gente estabelece, não há hierarquia!<br /><br />Daní – Eita, vejo seu olho brilhando falando disso... rsrs<br /><br />Eu - Ahaha... agora entende porque educomunicação?<br /><br />Daní – Acho que inicialmente sim... rsrs<br /><br />Eu – rsrsrs<br /><br />Dani – Mas, num sei porquê, tenho a impressão de que você ainda vai me trazer muito mais elementos a respeito... rsrs<br /><br />Eu – Ahaha! Com certeza... to aqui pra isso! Aah...e quanto aos jovens, eu procuro pesar a linguagem de acordo com as pessoas com quem estou lidando são capazes de compreender! Agora, com relação à professora Flavia Schilling, olha esta outra frase: "Existe uma interação dinâmica, dialética, entre sociedade e educação, ou seja, a educação reflete, como um espelho, os valores de uma determinada sociedade ou cultura". Ou seja, paradigima, epistemologia... Refletida na educação. É óbvio, mas ás vezes a gente não se atém ao fato de que a educação é um processo que pode ser editor ou reprodutor. Se é reprodutora a gente volta lá na autopoiese... um sistema autoreplicante!<br /><br />Daní – Ah é!<br /><br />Eu - Pois é! Aí tu pensa de novo, “se essa mulher tá formando educadores e pesquisadores e teóricos da educação, qual tipo de pensamento que está se disseminando?” É um círculo de realimentação... ou autopoiese.<br /><br />Dani - Então... a luta é difícil rapaz.<br /><br />Eu - A luta é um processo...<br /><br />Dani – Porque a sociedade tá sempre se realimentando de conceitos equivocados e fragmentados.<br /><br />Eu - Lembra dos pressupostos epistemológicos tradicionais? Estabilidade, simplicidade e objetividade. Hahaha!<br /><br />Dani - Num precisa falar tão difícil, mas é isso mesmo. Só me explica a idéia de estabilidade.<br /><br />Eu - Aah tah... Quantas vezes tu não ouviu alguém falar: “as coisas são assim mesmo, não tem jeito”? A idéia é de que existe linearidade na vida. Impossível conceber isto se tu parar pra pensar na tua própria!<br /><br />Dani - Claro! É justamente o contrário de estabilidade! É movimento...<br /><br />Eu – Então, equilíbrio dinâmico! Processo cognitivo que desconstrói pra construir... Objetividade: foco na pessoa. O Paulo freire, com aquela frase, já explicou bem q não é por aí neh? Vou acabar te deixando doida desse jeito... ahaha<br /><br />Dani – Não mesmo! Não é difícil, pq acredito nesta interdependência tb. Só não entendi pq estabilidade, equilíbrio dinâmico faz mais sentido.<br /><br />Eu – Física...<br /><br />Dani – Ah!!!!!!!!! Agora tá explicado! Física eu num entendo mesmo! kkkkkkkkkkkkk<br /><br />Eu - Descartes e Newton: o planeta como máquina. As máquinas são estáveis... mas não são vivas.<br /><br />Dani – Agora sim você quer me deixar doida... hehehhe<br /><br />Eu – Ahuahu! É porque eles concebiam o planeta como máquina. Pensa nos pressupostos. Objetividade: os componentes das máquinas estabelecem relações lineares. Não dependem do outro pra funcionar direito...<br /><br />Dani – Já que falou dos 2, explica a simplicidade também<br /><br />Eu - Simplicidade... Quanto mais fragmentado, mais em partes, mas fácil de estudar, só q aí tu elimina as relações que o objeto de estudo estabelecia com os outros elementos... interdependência. Tipo o corpo humano: o cara tira o coração pra estudar, mas o coração só exerce exatamente seu propósito, da forma que é de verdade, quando se relacionado com os outros órgãos...<br /><br />Dani - Você já assistiu "Ponto de mutação"?<br /><br />Eu - Ainda não... sou doido pra assistir!<br /><br />Dani - Tudo a ver com o que tá dizendo!..........<br /><br />Eu – Então... quero muito assistir! Tem um brother meu que falou que se eu assistir aí é que eu fico doido de vez! ahuahua<br /><br />Dani – Acho que não. Quando você assistir, aí é que ninguém te segura nas suas crenças mesmo! Rsrs... Qual é o nome do que propõem no lugar dos "pressupostos epistemológicos tradicionais"?<br /><br />Eu - Pensamento sistêmico.<br /><br />Dani – Ah.........<br /><br />Eu - Entender que a realidade é feita de diversos níveis de realidade sistêmica. Todos interconectados. Olha o brócoli da foto... [coincidentemente, minha foto no MSN era um fractal brócoli]. Olha essa foto com carinho.<br /><br /></span><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyYSi5MyoOGoTTEjOQuxHdXzbBK7xlgtZ7pPBYS5Ub2SUxAFo-j7NctyOaXj_QHmguptw0Vb0hBXQaxON7wCGQFTrCeYnsDS11P2u71I3tVX6_QyBFrZiYLliUejDRX0ZGT2xE/s1600-h/800px-Fractal_Broccoli.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5081305050338115890" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyYSi5MyoOGoTTEjOQuxHdXzbBK7xlgtZ7pPBYS5Ub2SUxAFo-j7NctyOaXj_QHmguptw0Vb0hBXQaxON7wCGQFTrCeYnsDS11P2u71I3tVX6_QyBFrZiYLliUejDRX0ZGT2xE/s320/800px-Fractal_Broccoli.jpg" border="0" /></a><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Dani – Isso é um brócolis?<br /><br />Eu - Aham... um lindo fractal!<br /><br />Dani - Ah tá...<br /><br />Eu – Dá uma busca no wikipedia por "fractais". O universo tem o mesmo padrão estrutural que um brócoli! Não é loko isso? Só que então, até agora a gente não falou de uma coisa muito importante e que também é extrema e diretamente afetada por tudo isso que a gente falou aqui... carinho. A afetividade. Algo extremamente importante se pensarmos que o planeta Terra é uma "comunidade de destino comum".<br /><br />Dani – Vixi, agora sim pirei!<br /><br />Eu – Hehehe! Agora, partindo dessa relação micro e macro. Tu já deve ter visto / ouvido aquela famosa frase do Ghandi: "Torne-se a mudança que quer ver no mundo".<br /><br />Dani – Sim...<br /><br />Eu – Agora veja esta paralela... "As estrutruras só se refletem na sociedade porque estão enraizadas em nós". Micro e macro. Como um fractal... Auto-replicante...<br /><br />Dani – E onde entra afetividade?<br /><br />Eu – Ãhn... objetividade. Foco nas pessoas, não nas relações. Se não dependo de ninguém posso ser individualista (neoliberalismo!!!). E, portanto, egoísta...<br /><br />Dani – Então, no lugar da objetividade, afetividade?<br /><br />Eu – Não... intersubjetidade.<br /><br />Dani - Argh!!!<br /><br />Eu – Aceitar as descrições e visões dos outros para construir a nossa. O “pensamos” estabelecendo o “penso”.<br /><br />Dani - No lugar da simplicidade, complexidade?<br /><br />Eu – Meu, vou até guardar esta conversa... muito boa! Exato!! Olha o fractal brócoli... diversos níveis sistêmicos interagindo dinamicamente e trocando constantesmente energias e recursos... complexidade!<br /><br />Dani - No lugar da estabilidade, dialética?<br /><br />Eu – Não não... instabilidade msm<br /><br />Dani – Ah.........<br /><br />Eu - Mas aí tu tem q incluir a intuição, o instinto... tudo isso na construção do conhecimento. Coisas que hoje a racionalidade repudia. Tipo, dizem que a logos - razão é a primeira instância do homem... Não é isso que os socráticos estabeleceram? Hoje caras como Leonardo Boff defendem que não, que a primeira instância do homem é a pathos - sensibilidade... primeiro nós sentimos, nos emocionamos com as coisas. Primeiro elas nos "afetam" de alguma forma, depois é que a gente racionaliza.<br /><br />Dani – Claro!!!!!!!!!<br /><br />Eu - Entendeu mais um pouco a relação com a afetividade?<br /><br />Dani - Aham! Puxa! como é lindo um fractal! Rsrsrsr... Quando for comer brócolis, vou olhar com outros olhos.... rsrsrsr<br /><br />Eu - Rsrs... tem vários tipos!<br /><br />Dani - Vi na wikipedia uma outra foto mesmo... fiz toda lição de casa rapaz!<br /><br />Eu - Boa garota... rsrs<br /><br />Dani - Rsrs... Só num descobri do que se tratava porque num baixou a legenda... rsrsr... Gostei do nosso papo.<br /><br />Eu - Ooo eu tb!!! Poucos são tão construtivos... </span><br /></span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36397713.post-27509532042383035592007-06-24T02:00:00.000-03:002007-06-24T02:06:00.562-03:00Aproprie-se!Marcelo D2 também pode ser Educação Ambiental.<br /><br /><strong>Fração da música "Gueto"</strong><br /><br />G-u-e-t-o! ce sai do gueto mas o gueto não sai de você!<br />Re-vo-lu-ção! tudo que eu preciso e de um mic na mão!<br />E não preciso abaixar minha cabeça<br />E nem preciso falar mau de ninguém<br />O que eu preciso é me focar no meu trabalho<br />Me focar na minha família<br />Que ai o meu sucesso vem!<br />Rema rema<br />E não sabe o que quer<br />Pra quem não sabe que caminho vai, pega um qualquer!<br />Me diz ai!<br />Vai ficar sentado no gueto<br />Ou vamo ser parte de algo e escrever o enredo?<br /><br />Você quer sair do gueto<br />Mais a sua mente é o gueto<br />Você quer fugir do gueto<br />Mas o mundo inteiro é o guetoUnknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-36397713.post-38644930810555049272007-06-18T18:18:00.001-03:002007-06-25T22:21:13.492-03:00Inação, Educação Ambiental e "um outro mundo possivel"<div style="font-family:arial;">Um artigo publicado hoje no jornal Folha de São Paulo (<span style="FONT-STYLE: italic">Sob o signo de Cassandra - Marcelo O. Dantas - Pág 3</span>) abordava uma questão bastante presente em nossa realidade: o conformismo, a alienação e a inação do povo brasileiro.<br /><br /></div><div style="FONT-FAMILY: arial"><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">Nós educadores ambientais lidamos diariamente com processos participativos, afinal a democracia radical é um de nossos princípios, e realmente é perceptível que não existe no brasileiro uma cultura de participação. Isto, creio, poucas pessoas podem contestar. </p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">Esta participação a que me refiro pode ser compreendida em sentido totalmente amplo. Se refere desde ao hábito de se posicionar em questões públicas, reivindicar, ocupar espaços de participação e mobilizar-se até àquela criança que não tem medo de se colocar, de fazer perguntas, de questionar o professor quando em grupo. O brasileiro, de uma forma geral, não tem este costume.</p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><br /></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">E não se trata de inépcia.</p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><br /></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">No texto, o autor faz uma analogia com a conhecida história do Cavalo de Tróia. "Tal como os cidadãos de Tróia, que, em sua exaustão, após dez anos de guerra, desdenharam dos alertas de Lacoonte [que avisou do perigo que representava adentrar à cidade de Tróia com o "presente"], assim os brasileiros parecem hoje cansados de lutar por um país melhor, encontrando desculpas de toda sorte para aceitar como corriqueira a série interminável de abusos que vêm sendo perpetrados por nossas classes dirigentes".<br /></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><br /></p>Os troianos, cansados e exaustos com os 10 anos de guerra, não pestanejaram. Aceitaram prontamente o "presente", sem questionar. Depois de colocá-lo para dentro da cidade, trataram de comemorar com uma festa farta de comidas e bebidas. No meio da noite, silenciosamente os gregos saíram do cavalo de madeira. Com os troianos bêbados e sonolentos, não encontraram muita dificuldade para destruir Tróia e resgatar a princesa Helena.<br /><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">As pessoas no poder podem ser consideradas os gregos. Sempre que se vêem em uma situação ameaçadora inventam alguma artimanha para safar-se. Não importa o quão absurda é a artimanha. Uma das maiores características da classe política brasileira é a cara-de-pau. </p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">Os troianos representam o povo brasileiro em geral. Cansado de tanta corrupção e impunidade, encontra argumentos para justificar o conformismo frente às bandalheiras cometidas pelas classes dominantes. O pensamento que vale é o de que não adianta fazer nada, afinal de nada vai adiantar.</p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><br /></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">Dia após dia os jornais chegam às bancas repletos de notícias sobre corrupção. São escândalos que até recebem apelidos. Muitas vezes mais de um escândalo estoura no mesmo dia. Como a sociedade compreenderia, se muitas vezes os mesmos sujeitos integram mais de uma bandalheira simultaneamente? Com os escândalos apelidados fica mais fácil das pessoas reconhecerem qual é a podridão de que se trata. Assim se evita confusão.</p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><br /></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">E nós, educadores ambientais. Qual o nosso papel frente esta realidade?</p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><br /></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">A situação se mostra tão enraizada que assusta. Quantas vezes não chegamos nas comunidades e identificamos diversos problemas socioambientais que para a própria comunidade não são problemas? Ou então problemas que não sabem como resolver e, portanto fazem o possível para se adaptar a ele. Não podemos dar às pessoas as respostas para todos esses problemas. Mas podemos mostrar a elas que, juntas, podem fazer muito.</p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><br /></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">E é isso que muitas pessoas não entendem na Educação Ambiental. Pensam ser uma modalidade educativa voltada a ensinar às crianças os nomes dos "bichos" e das plantas, ou a transmitir as técnicas da coleta seletiva e como se dá o processo de reciclagem.</p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><br /></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">O meio ambiente é composto também por todos esses acontecimentos torpes que somos obrigados a digerir diariamente. A Educação Ambiental deve criar condições para que as pessoas passem a participar ativamente deste ambiente. Da forma que preferirem, do jeito que acharem melhor. Isto é, empoderar. Afinal, só com a mediação e articulação das contrariedades, das diversificadas intenções e visões de mundo, das muitas dimensões que compõem nossa existência é que se pode pensar em construir sociedades sustentáveis. E isto só acontece em sociedades livres, autônomas e emancipadas.<br /></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><br /></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">Não se trata de incentivarmos o resgate da "luta de classes". Como falei, trata-se de mediar contrariedades. E assim, basicamente, mostrarmos às pessoas que os valores e idéias que embasam tais comportamentos podem ser reproduzidos, ou questionados a partir da construção de novos valores. Ou seja, que tal concepção de mundo não vai muito além do umbigo de cada um e que não participar é reproduzir tudo o que repudiamos.</p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><br /></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">Ao Educador Ambiental, cabe religar os laços que nos distanciam uns dos outros e de tudo. Cabe religar os laços que nos impulsionam a agir. Cabe acender, no interior dos sujeitos, aquela chama que diz que o mundo não é assim, mas que ele está assim. E que um outro mundo é possível.<br /></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">Em resumo, fazer exatamente o contrário do que fazem histórica e sistematicamente as classes hegemônicas. Construir coletivamente argumentos para aceitarmos e compreendermos que o sonho não acabou e que podemos e devemos correr por ele. Sozinhos e com todos ao mesmo tempo.<br /></p></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-36397713.post-60006203064263993362007-06-06T17:47:00.001-03:002007-06-06T18:03:21.828-03:00Para refletirDiscurso de Severn Suzuki proferido na Eco-92, quando tinha 13 anos de idade. É um soco na boca do estômago...<br /><br /><object width="425" height="350"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/5g8cmWZOX8Q"></param><param name="wmode" value="transparent"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/5g8cmWZOX8Q" type="application/x-shockwave-flash" wmode="transparent" width="425" height="350"></embed></object>Unknownnoreply@blogger.com0