Ocupação no prédio da Votorantim Energia
Hoje [ontem] pela manhã, o prédio da Votorantim Energia foi ocupado em protesto contra a nova tentativa de construção da barragem de Tijuco Alto no Vale do Ribeira.
A ação, que contou com aproximadamente 600 pessoas, e uma das muitas mobilizações organizadas este ano por diversos movimentos sociais, grupos e organizações ambientalistas, comunidades indígenas, caiçaras, quilombolas e ribeirinhas.
A barragem de Tijuco Alto, se aprovada, será construída para fornecer energia elétrica exclusivamente para a CBA (Companhia Brasileira de Alumínio, do grupo Votorantim), e causará grandes impactos ambientais e sociais. Os estudos de impacto ambiental da empresa foram reprovados duas vezes pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a licença para a construção da barragem foi cassada pelo ministerio público da última vez que a empresa tentou aprovar o projeto.
A ocupação durou pouco tempo. A polícia entrou com violência no local, usando bombas de gás, dando tiros para o alto e batendo nos manifestantes. Algumas pessoas se feriram, não há número preciso ainda.
O Vale do Ribeira é o último grande maciço de Mata Atlântica do Brasil. E o Lagamar (região da foz do rio Ribeira) é uma região de uma especificidade geográfica tão grande que abriga uma das maiores riquezas naturais do mundo em termos de importância estratégica para a biodiversidade. A ponto de ser um lugar que foi nomeado pela UNESCO como patrimônio natural da humanidade. Mas a região não foi incluída no Estudo de Impacto Ambiental, a pesar de a legislação brasileira determinar que os estudos devam ser feitos em toda a bacia hidrográfica.
Uma barragem do porte da barragem de Tijuco Alto, além da destruição necessária para a própria inundação da região, além de todos os impactos causados rio abaixo, requererá que se abram estradas grandes em meio a esse oásis de floresta (uma turbina não passa pelas estradas que ali existem), além de puxar um enorme sistema de estrutura para amparar a construção dessa enormidade. Seria o início de um intenso e poderoso processo de"desenvolvimento" predatório da última região do estado de São Paulo que ainda mantém muitas das suas características naturais originais, e ainda abriga uma grande quantidade de comunidades tradicionais quilombolas, guaranis, ribeirinhas e caiçaras.
O rio Ribeira é o último grande rio do estado de São Paulo que ainda não foi represado por barragens.
Para maiores informações sobre os impactos, veja os vídeos:
"Em defesa do Rio Ribeira de Iguape"
"Caminhada contra a Barragem de Tijuco Alto"
"Audiência Pública Tijuco Alto"
Para mais informações, documentos e atualizações sobre o processo, veja o site:
http://terrasimbarragemnao.blogspot.com/
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